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07 de Junho de 2025, 13h:37 - A | A

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SEM TRABALHAR

Salário de vereadores afastados vai custar quase meio milhão aos cofres públicos

Isso representa uma despesa acumulada de aproximadamente R$ 480 mil até dezembro. Ainda assim, benefícios extras como verba indenizatória e gratificações seguem suspensos.



Mesmo longe das sessões e sob investigações da Polícia Federal, os vereadores Chico 2000 (PL) e Sargento Joelson (PSB) continuarão recebendo seus salários normalmente. A decisão judicial, proferida pela juíza Fernanda Mayumi Kobayashi, do Núcleo de Inquéritos Policiais (Nipo), obriga a Câmara Municipal de Cuiabá a manter os pagamentos mensais dos parlamentares afastados. O impacto para os cofres públicos? Quase meio milhão de reais até o fim do ano.

De acordo com o procurador-geral da Câmara, Eustáquio Neto, a Casa não irá recorrer da decisão. Ele afirmou que, apesar do posicionamento contrário da Procuradoria ao pagamento, prevalecerá o respeito à determinação judicial. “Entendemos que não é justo pagar por um trabalho que não está sendo realizado, mas não vamos recorrer. A Justiça entende que o afastamento tem caráter cautelar e, por isso, os salários devem ser mantidos”, disse.

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Cada vereador afastado receberá cerca de R$ 40 mil por mês, somando salários e encargos mesmo sem comparecer ao plenário ou participar das atividades legislativas. Isso representa uma despesa acumulada de aproximadamente R$ 480 mil até dezembro. Ainda assim, benefícios extras como verba indenizatória e gratificações seguem suspensos.

A Câmara alega não ter acesso aos autos da investigação, o que, segundo Eustáquio, dificulta qualquer medida disciplinar mais dura, como abertura de processo por quebra de decoro parlamentar. “Precisamos conhecer o teor da denúncia e das provas para avaliar a conduta ética dos vereadores e decidir sobre possível cassação. Até o momento, esse acesso tem sido negado”, ressaltou.

Os dois vereadores são alvos de investigações distintas. No caso de Chico 2000, ele foi um dos investigados na Operação Rescaldo, da Polícia Federal, deflagrada nesta semana, que apura crimes eleitorais cometidos nas eleições de 2024.

Enquanto isso, a Câmara Municipal arca com o custo de manter 29 parlamentares na folha de pagamento embora apenas 27 estejam efetivamente em atividade. Eustáquio foi enfático: “É uma situação que causa desconforto. A Câmara não tem culpa no processo investigativo, mas quem paga a conta, no fim, é o cidadão”.

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