O PSDB se prepara para dar um passo decisivo rumo à fusão com o Podemos, com uma reunião programada para esta terça-feira (29) que deve formalizar a intenção de união entre as duas siglas. A movimentação ocorre em meio à saída iminente do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, e a série de incertezas que cercam os rumos da nova legenda, que já enfrenta desafios internos.
Após a reunião, a cúpula tucana convocará uma convenção, e, de acordo com as normas internas do partido, a fusão deverá ser concluída em até 30 dias. A urgência está relacionada à tentativa de viabilizar uma federação partidária com o MDB ou Republicanos, negociações que só avançarão após a formalização da união entre PSDB e Podemos.
Em relação ao futuro de Eduardo Leite, interlocutores próximos ao governador afirmam que ele já decidiu: irá se filiar ao PSD, e a saída do PSDB será anunciada logo após a conclusão dos processos internos do partido. Marconi Perillo, presidente nacional do PSDB, destacou que a decisão final cabe a Leite: “Ele sabe que o nosso apoio sempre foi incondicional, mas não sei se se sente seguro em um partido que perdeu protagonismo, mesmo com 1,3 milhão de filiados", afirmou Perillo.
Embora tenha alimentado o sonho de disputar a Presidência, a crise interna do PSDB tem levado Leite a buscar novos horizontes. No PSD, ele poderá até não encontrar espaço para uma candidatura presidencial, mas garantirá fortalecimento para sua trajetória política. Já no PSDB, o nome escolhido para concorrer ao Planalto em caso de candidatura própria será o do governador do Paraná, Ratinho Júnior.
Além dos desafios políticos, a fusão enfrenta questões estruturais, como a escolha do nome e da identidade visual da nova legenda. O nome provisório é "PSDB+Podemos", mas um nome definitivo e logotipo serão definidos por votação interna. Perillo sugeriu adotar um "cachorrinho" como símbolo, mas a maioria parece preferir manter o tradicional tucano.
A fusão também enfrenta resistências em pelo menos quatro estados: Pernambuco, Mato Grosso do Sul, Goiás e Bahia. Apesar disso, Perillo minimiza as tensões, dizendo que está sendo possível conciliar as diferenças e que a divisão de poder será feita de forma equilibrada entre as duas siglas. Um dos pontos de maior tensão é Pernambuco, onde o PSDB rompeu com a governadora Raquel Lyra, agora aliada do Podemos, e essa ruptura gerou conflitos com o presidente da Assembleia Legislativa, Álvaro Porto, e o prefeito João Campos (PSB).
O cenário continua a ser marcado por impasses, mas a expectativa é que a fusão com o Podemos seja oficializada nas próximas semanas, moldando o futuro do PSDB e sua relação com outros partidos.