Da Redação
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), indicou nesta quinta-feira (29/5) que o Congresso Nacional está pronto para derrubar o decreto do governo Lula que alterou o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Após uma reunião com líderes partidários, Motta deixou claro que, se o governo não apresentar uma alternativa satisfatória para a medida, os parlamentares podem votar um projeto que anula o decreto.
Motta defende que o país precisa de soluções mais estruturais para a economia, como a revisão de isenções fiscais, que, segundo ele, o Brasil "não aguenta mais". Ele também defendeu discussões sobre a vinculação de receitas e uma reforma administrativa para tornar a máquina pública mais eficiente. Em suas redes sociais, o presidente da Câmara afirmou que a equipe econômica tem 10 dias para apresentar um plano alternativo ao aumento do IOF, buscando algo "duradouro, consistente e que evite as gambiarras tributárias".
O aumento do IOF, que incide sobre operações de crédito, câmbio e seguro, tem como objetivo arrecadar bilhões para o governo, mas gerou forte reação negativa no mercado financeiro e no empresariado. A ideia inicial era arrecadar R$ 20,5 bilhões em 2025 e R$ 41 bilhões em 2026. A medida, que visa aumentar a arrecadação federal, desagradou diversos setores, levando o governo a recuar em parte das mudanças, como a taxação de investimentos de fundos nacionais no exterior e remessas para investimentos por pessoas físicas.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, por sua vez, afirmou que, até o momento, não há alternativa para as mudanças no imposto. Líderes do governo no Congresso, como o senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), alertam que a derrubada do decreto poderia levar a um "colapso" nas contas públicas, paralisando a máquina estatal. A situação coloca pressão sobre o governo para encontrar uma solução que agrade tanto ao Congresso quanto às necessidades fiscais do país.