Durante entrevista nesta segunda-feira (1º), o prefeito de Cuiabá, Abílio Brunini, revelou irregularidades graves em contratos da Secretaria Municipal de Saúde herdados da gestão de Emanuel Pinheiro. Um dos casos citados envolve uma empresa contratada para fazer manutenção de equipamentos no Hospital São Benedito e no HMC, que teria recebido durante todo o último ano por 19 funcionários — mas só contava com um prestando o serviço.
“Receberam o ano passado inteiro por 19 profissionais e só tinha um trabalhando. E continuaram atendendo esse ano da mesma forma”, denunciou Abílio. Segundo ele, a gestão atual decidiu cortar os pagamentos integrais e passou a repassar os valores proporcionais ao número de profissionais efetivamente alocados. A decisão provocou reações da empresa, que passou a fazer ameaças de interromper os serviços.
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“Querem que a gente pague dívidas do passado, mesmo sem terem prestado o serviço. Mas como pagar por um atendimento que não existiu?”, questionou o prefeito, em tom de indignação.
Abílio explicou que boa parte das despesas da Saúde ainda são feitas por meio de pagamentos indenizatórios — forma menos transparente e mais difícil de controlar. “Esses contratos não passam por licitação. São empenhados no fim, exigem glosa imediata, e são muito mais lentos e difíceis de auditar. A gente herdou uma máquina inchada, sem controle.”
Ele afirmou que auditorias estão em andamento para rever os contratos e aplicar os recursos de forma correta. “O dinheiro da saúde não vai mais ser pulverizado como foi no passado. Vai ser aplicado com responsabilidade.”
A gestão diz que vai continuar revisando contratos suspeitos e que não irá ceder a pressões de empresas que, segundo o prefeito, se acostumaram com um modelo de impunidade.
