Da Redação
Uma audiência na Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (11) virou palco de um intenso bate-boca entre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e deputados da oposição. A confusão começou quando os deputados Nikolas Ferreira (PL-MG) e Carlos Jordy (PL-RJ), após criticarem o governo Lula, deixaram a sessão conjunta das comissões de Finanças e Tributação e de Fiscalização Financeira e Controle.
A atitude dos deputados irritou Haddad, que classificou a saída como "molecagem". O ministro pediu que os demais parlamentares presentes levassem o recado a Nikolas e Jordy, afirmando que não faria superávit primário (economia para pagar dívidas) vendendo o patrimônio público. "Esse tipo de atitude de alguém que quer aparecer na rede falando sério e corre sempre que o embate vai acontecer, eu estou perdendo um minuto para esse desabafo, porque é um pouco de molecagem, sabe?", disparou Haddad.
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O ministro continuou: "Esse tipo de postura, esse tipo de molecagem de Nikolas e Jordy, que correram do debate, não vai adiantar. Quem sabe eles aparecem aqui ou ouçam essa gravação no YouTube para ver se aprendem um pouco de conta pública". As palavras de Haddad provocaram o retorno dos deputados, que pediram para responder.
Carlos Jordy não poupou palavras e chamou o ministro de "moleque": "Eu quero te dizer, ministro, que moleque é você. Moleque é você por ter aceitado um cargo dessa magnitude e só ter feito dois meses de economia. Moleque é você por ter feito o maior déficit fiscal da história: R$ 230 bilhões. Logo após o governo Bolsonaro ter dado superávit". O deputado completou: "Governo Lula é pior do que uma pandemia. Não venha querer cantar de galo na Câmara dos Deputados porque você é ministro, mas eu sou deputado. Respeite o parlamento. Moleque é você".
Na sequência, Nikolas Ferreira tentou falar, mas foi interrompido pelo deputado Rogério Corrêa (PT-MG), que presidia a comissão. Corrêa justificou a interrupção, alegando que Nikolas falava "aos berros" e tentou dar continuidade à sessão, passando a palavra a outro congressista. No entanto, a confusão generalizada entre os deputados da oposição, que se exaltaram com a situação, impediu o andamento.
Diante da desordem, o presidente da comissão decidiu encerrar a sessão e liberou o ministro Fernando Haddad da audiência. Antes da discussão, os deputados da oposição já haviam criticado a política econômica do governo: Carlos Jordy apontou o aumento da taxa básica de juros e da inflação de alimentos, enquanto Nikolas Ferreira classificou o governo como "incompetente" na gestão fiscal, citando o déficit primário recorde de R$ 230,5 bilhões em 2023.