Em meio ao avanço da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que pode mudar profundamente o cenário político nacional, o governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (União Brasil), foi direto: defende o fim da reeleição para cargos do Executivo, um mandato único de cinco anos e a unificação das eleições no país. As declarações foram dadas nesta sexta-feira (25), em um momento estratégico de debate no Senado.
"A cada dois anos o Brasil entra em modo eleitoral. Isso virou um vício que custa caro e desvia o foco dos reais problemas do país", criticou Mendes. Segundo ele, a constante antecipação de disputas eleitorais compromete a governabilidade e impede avanços estruturais.
A PEC, lida na última quarta-feira (23) na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), ainda aguarda votação – adiada para 7 de maio após pedido de vista. O texto propõe mudanças significativas: fim da reeleição para presidente, governadores e prefeitos, mandatos de cinco anos para cargos do Executivo e unificação das eleições em um único ciclo quinquenal.
Mendes, reeleito em 2022 com mais de 1,1 milhão de votos, vai além. Ele defende que parlamentares possam ter, no máximo, uma reeleição. “Não podemos continuar presos nesse ciclo de disputas sucessivas. Precisamos discutir o país de verdade: dívida pública, juros, inflação. Todo dia pagamos, em juros, o equivalente a quatro Mega-Senas acumuladas – e ninguém fala sobre isso”, disparou.
A proposta em discussão no Senado prevê que as novas regras só passem a valer para os eleitos a partir de 2034, mas esse ponto ainda gera controvérsias. Alguns senadores sugerem que o fim da reeleição já seja aplicado a partir do pleito de 2026.
A reeleição foi introduzida no Brasil em 1997, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso. Desde então, tornou-se tema recorrente de debates sobre o equilíbrio de poder e a qualidade da democracia brasileira. Agora, com o novo cenário político e crescente apoio de figuras como Mendes, o país parece se aproximar de uma virada histórica.
