02 de Junho de 2025, 12h:07 - A | A

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NOVAS ALTERAÇÕES

Haddad admite nova alteração no IOF para corrigir distorções em tributos bancários



O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, voltou a colocar o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) na mesa. Após a repercussão negativa da recente tentativa de aumento, Haddad admitiu, nesta segunda-feira (2), que novas alterações estão em estudo, junto com medidas para corrigir distorções no sistema tributário que beneficia o setor financeiro.

Apesar da pressão para ajustar as contas de 2025, o ministro deixou claro: qualquer solução de curto prazo precisa estar casada com reformas estruturais, sob pena de agravar os problemas fiscais do país.
— “Quer mexer no curto prazo? Tem que mexer no longo prazo também. Só assim oferecemos previsibilidade, segurança e justiça para investidores e cidadãos”, declarou na porta do Ministério da Fazenda.

IOF na mira, mas não só ele
Haddad evitou antecipar quais serão os ajustes no IOF ou se haverá compensações para suavizar o impacto. Por outro lado, praticamente descartou ressuscitar a proposta de aumento da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) dos bancos, apresentada em 2023, mas que sequer foi votada no Congresso.
— “A CSLL exige noventena [90 dias para começar a valer] e já estamos no meio do ano. Não resolve o problema imediato”, explicou.

Fim dos privilégios no radar
O ministro voltou a defender o corte de benefícios fiscais, que somam quase R$ 800 bilhões projetados para 2025. Para ele, é preciso enfrentar distorções que desequilibram as contas públicas, incluindo vantagens concedidas sem critérios claros.

Na lista de prioridades, Haddad também citou trechos da reforma administrativa, que segundo ele deveriam ser debatidos antes de qualquer discussão mais ampla:
— “Enviamos propostas que atacam os supersalários e as aposentadorias especiais dos militares. Isso seria um bom exemplo para começar: olhar para o topo da máquina pública antes de mexer na base”, reforçou.

IOF travou o jogo político
O aumento do IOF, anunciado e recuado no mesmo dia em maio, deixou sequelas. A reação foi imediata no Congresso, que se mobilizou para derrubar o decreto — algo que não acontecia há mais de duas décadas. Diante da pressão, o governo correu para negociar com os presidentes da Câmara e do Senado, Hugo Motta (Republicanos-PB) e Davi Alcolumbre (União-AP), ganhando um prazo de dez dias para apresentar uma saída alternativa.

Reforma ou ajuste emergencial?
Haddad fez questão de lembrar que, em 2023, o governo avançou em reformas que ajudaram a melhorar a percepção do Brasil no mercado internacional. Mas o dilema permanece: seguir com soluções paliativas, como mexer no IOF, ou encarar reformas profundas que reestruturem as finanças do país.
— “A Fazenda prefere soluções estruturais, mas temos que discutir politicamente o que é possível fazer agora”, concluiu.

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