O deputado estadual Júlio Campos (União Brasil) lançou duras críticas ao partido nesta terça-feira (28), ao afirmar que um acordo interno firmado antes das eleições de 2022 não está sendo cumprido. O pacto previa o revezamento entre os suplentes da legenda tanto na Assembleia Legislativa quanto na Câmara Federal — promessa que, segundo ele, foi ignorada por parte da sigla.
A declaração veio após o recuo do deputado Eduardo Botelho, que decidiu não se licenciar do mandato, interrompendo o rodízio previsto entre os suplentes. A decisão ocorre em meio a um impasse envolvendo Xuxu Dal Molin e Baiano Filho, suplentes que disputam espaço dentro da janela do acordo.
“Foi feito um compromisso entre os quatro primeiros suplentes da Assembleia e os três primeiros da Câmara. Até agora, só Gisela Simona assumiu na Câmara Federal. Antônio Humberto e Wagner Ramos continuam de fora, e na Assembleia restava apenas o Baiano Filho ser chamado”, destacou Júlio Campos.
Imbróglio entre suplentes trava rodízio
Segundo Júlio, o plano era que Botelho se licenciasse em maio, seguido por Dilmar Dal Bosco em junho e por ele próprio em agosto, o que permitiria que Baiano Filho ocupasse o cargo por 90 dias e consolidasse sua base eleitoral visando uma possível candidatura em 2026, pelo Araguaia.
No entanto, Xuxu Dal Molin — segundo suplente — teria se recusado a ceder sua vez, mesmo após Gilberto Figueiredo, primeiro suplente, abrir mão voluntariamente. “Foi aí que tudo travou. Para evitar uma crise maior, Botelho decidiu não se afastar”, afirmou Júlio.
Falta de estratégia comprometeu eleição, diz deputado
Além das críticas ao não cumprimento do rodízio, Júlio Campos também apontou falta de planejamento na montagem da chapa estadual do União Brasil em 2022. Segundo ele, o partido deixou de eleger mais deputados por não ter lançado o número máximo de candidatos.
“Tínhamos direito de lançar 25 nomes, mas lançamos apenas 19. Se seis companheiros tivessem disputado, mesmo que com mil ou 1.500 votos, teríamos feito o quinto deputado. O Gilberto Figueiredo só não foi eleito por causa dessa falha estratégica”, analisou.
O parlamentar fez um apelo para que a legenda repense sua organização interna e reconheça o papel dos suplentes na composição da bancada. “Ninguém se elege sozinho. Os suplentes são parte fundamental dessa engrenagem. Se estivermos unidos, podemos alcançar mais em 2026.”
A crise expõe as fragilidades dentro do União Brasil em Mato Grosso, às vésperas de uma nova corrida eleitoral que promete disputas acirradas por espaço político e votos.