Deputada Janaína Riva (MDB) expressou sua revolta ao receber a informação do prefeito de São Feliz do Araguaia, Acácio Alves (Republicanos), de que Fábio Garcia, o chefe da Casa Civil, não iria liberar os recursos das emendas que ela destina.
Durante a sessão desta quarta-feira (30), ela trouxe à tona a situação, prometendo que irá lutar até o fim para garantir que cada centavo seja honorado pelo governo e exigiu ações do colega Carlos Avalone (PSDB) e da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa (ALMT).
Em um discurso contundente, a deputada expôs uma crise política ao acusar o secretário de retaliar politicamente e de utilizar verba pública para fins pessoais.
"Quero deixar claro ao secretário Fábio Garcia ele vai arcar com o pagamento total das minhas emendas. E se não o fizer, enfrentará uma reação aqui na Assembleia como ele nunca viu", advertiu.
A declaração, feita na presença de diversos outros deputados, representou uma forte crítica ao governo de Mauro Mendes (UB), do qual já esteve ao lado em outras ocasiões. Janaína denunciou o bloqueio das suas emendas, alegando que foram rejeitadas pessoalmente por Garcia.
O secretário teria afirmado: "As emendas da Janaína eu não vou pagar", conforme relato da própria deputada.
Ela respondeu de forma desafiante. "Se ele busca me perseguir de alguma maneira, que utilize o que é dele; isso é uma questão pessoal. Ele não pode usar fundos públicos para ir atrás de deputados", desabafou.
Além disso, Riva acusou o secretário de manipular recursos públicos para beneficiar aliados e influenciar em campanhas eleitorais. "Todos que vêm falar comigo prometeram verbas de 3 milhões, 4 milhões, 5 milhões do Estado. Espera aí. E nós só assistindo?", ironizou.
Durante seu discurso, a deputada descreveu as ações de Fábio Garcia como uma forma de chantagem política. "Essa forma de chantagem é barata, ridícula e feita pelas costas... Seja homem, enfrente isso comigo.
Não sou fã de joguinhos", declarou a pré-candidata ao Senado em 2026.
Ela também pediu igualdade de tratamento entre os parlamentares, alegando que outros colegas, como Gilberto Cattani (PL), Lúdio Cabral (PT) e Valdir Barranco (PT), também estariam enfrentando dificuldades.
Essa acusação vem à tona em meio à discussão sobre a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI), proposta pelo governador no Supremo Tribunal Federal (STF), que busca cancelar uma parte da Constituição Estadual que garante a execução obrigatória das emendas de bancada e de bloco parlamentar.
"Querem recorrer à Justiça para eliminar as emendas de bancada e muitos daqui ficam em silêncio! Acham que a Assembleia é o quê? Um anexo do Estado? Que é formada apenas por cordeiros? Não sou cordeiro e cada centavo da minha emenda será pago", afirmou Janaína.
Uma integrante do emedebismo destacou que é a única mulher presente na Assembleia e a deputada com mais votos do estado nas eleições mais recentes.
Em um tom mais sério, Riva declarou que não tolerará ser considerada "ingênua" e fez um aviso público ao governo: "Não achem que irão me enganar. Eu não temo ele, nem o governador, nem nenhum dos secretários", concluiu.
O deputado Júlio Campos (UB), que estava liderando a sessão, apoiou a afirmação da colega. "A mesa diretora precisa estar ciente da ação movida junto ao Supremo Tribunal Federal referente às emendas de bancada.
A decisão será para assegurar, em última instância, os direitos do Poder Legislativo de Mato Grosso. A mesa não ficará alheia a essa discussão", disse.
Avalone, citado por Janaína, garantiu que irá monitorar todas as liberações de emendas parlamentares de todos os 24 deputados. "Podem ter certeza de que estaremos ao lado de todos exigindo que as liberações ocorram, pois essas emendas são obrigatórias e não deve haver qualquer tipo de distinção.
Assim, fiquem tranquilos. Hoje mesmo, farei um relatório individual para cada um sobre o andamento das liberações deste ano", assegurou.