28 de Maio de 2025, 12h:27 - A | A

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FRAUDE EM MT

CPI dos Consignados não está descartada, diz Max Russi: "Confio no TCE, mas se não avançar..."

Russi defendeu ainda o afastamento do secretário Basílio Bezerra da coordenação da força-tarefa de investigação, alegando conflito de interesses.

Da Redação



O presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, Max Russi (PSB), deixou claro que a possibilidade de abrir uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as supostas fraudes milionárias em empréstimos consignados de servidores públicos não está descartada. A medida seria tomada caso as apurações em andamento no Tribunal de Contas do Estado (TCE) não apresentem resultados satisfatórios.

"É uma possibilidade [CPI]. O TCE chamou essa pauta para dentro do TCE, fez uma reunião lá, criou uma mesa técnica e esperamos e confiamos muito no trabalho do TCE, pelos seus técnicos, pelos seus conselheiros, que apresentem essa investigação, esse andamento", afirmou Russi.

O deputado enfatizou que, neste momento, o foco é acompanhar o trabalho do TCE. No entanto, ele foi categórico ao afirmar que, se não houver progresso nas investigações do Tribunal, a Assembleia buscará outro caminho. "Se lá não fizesse esse levantamento ou não se levantar, eu acho que o caminho depois, após isso, seria uma CPI. Mas, nesse momento, a gente tem que dar um voto de confiança para o Tribunal de Contas", complementou.

Afastamento de secretário

Além disso, Max Russi defendeu o afastamento do secretário de Planejamento e Gestão, Basílio Bezerra, da coordenação da força-tarefa criada pelo governo para investigar o escândalo. Para Russi, a participação de Bezerra configura conflito de interesses e falta de isenção.

"Eu acho que ele participar como coordenador da investigação não é correto. Eu acho que isso aí o governo precisa rever, precisa montar uma outra equipe, porque existe um monte de suspeitas aí e essas suspeitas precisam ser averiguadas", ressaltou o presidente da ALMT.

Russi acrescentou que a presença direta do secretário na coordenação da investigação levanta sérias dúvidas sobre a transparência e a imparcialidade do processo. "Isso deixa a gente com bastante dúvidas. Lógico que são conversas ainda, são denúncias, as denúncias precisam ser todas investigadas, todas averiguadas, mas realmente nos deixa bastante preocupados", destacou.

As denúncias de irregularidades graves foram levantadas por entidades sindicais e pelo escritório AFG & Taques. Elas apontam problemas na atuação da empresa Capital Consig, responsável por operações com o MTCard (cartão de crédito consignado administrado pelo governo estadual). Servidores teriam sido cobrados por empréstimos nunca solicitados ou com valores inflacionados, e há contratos com valores distorcidos e operações não registradas no Banco Central. O prejuízo estimado pode chegar a bilhões de reais.

Com informações do Olhar Direto.

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