Rafael Francisco Pinto, atual chefe de gabinete da vereadora Baixinha Giraldelli, foi um dos alvos da Operação Poço Sem Fundo, deflagrada pela Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor) na manhã de quinta-feira (8). Rafael é ex-servidor da Companhia Mato-grossense de Mineração (Metamat) e figura entre os 24 investigados por envolvimento em um esquema de fraudes milionárias na perfuração de poços artesianos entre 2020 e 2023.
A Polícia Civil impôs medidas cautelares contra Rafael, como auditoria pela Controladoria Geral do Estado (CGE-MT), suspensão de pagamentos às empresas beneficiadas ilegalmente e proibição de contratar com o poder público. Além disso, ele foi impedido de assumir cargos públicos no âmbito estadual. Rafael ocupa o cargo de assessor parlamentar na Câmara Municipal de Cuiabá, com remuneração de R$ 12 mil, conforme o Portal da Transparência.
A vereadora Baixinha Giraldelli se manifestou sobre a operação, afirmando que as investigações envolvem atividades de Rafael na Metamat e não no parlamento municipal. Ela declarou confiar na inocência do chefe de gabinete, que, segundo sua equipe jurídica, não estaria impedido de ocupar seu cargo atual devido à natureza da medida cautelar, que se aplica apenas ao âmbito estadual.
A operação também teve como alvos o ex-deputado estadual e diretor da Metamat, Wagner Ramos, e outros membros da companhia. A investigação aponta que os contratos de perfuração de poços envolveram obras não executadas nos locais indicados ou realizadas em propriedades privadas, causando prejuízos de mais de R$ 22 milhões aos cofres públicos. A operação cumpriu 226 ordens judiciais, incluindo mandados de busca e apreensão, sequestro de imóveis e bloqueio de contas.