A Câmara Municipal de Várzea Grande deve votar na próxima terça-feira (14) um projeto de resolução que propõe a proibição do porte de armas, mesmo com autorização legal, e o uso de equipamentos de gravação durante sessões legislativas e reuniões no plenário. A proposta, assinada por um grupo de vereadores, tem como justificativa a preservação da ordem, da segurança e da integridade física dos presentes, além de evitar a divulgação de conteúdos considerados fora de contexto.
O texto estabelece que celulares, filmadoras, microfones de lapela e outros dispositivos de captação de áudio e vídeo não poderão ser utilizados por parlamentares, servidores ou visitantes. A exceção será feita apenas para os canais oficiais da própria Câmara, o que levantou questionamentos sobre a transparência e o possível controle da narrativa institucional. Críticos apontam que a medida pode limitar a liberdade de comunicação dos vereadores e restringir o acesso da população às informações produzidas no legislativo municipal.
A justificativa do projeto defende que a restrição visa proteger a privacidade dos trabalhos internos e evitar que falas ou situações sejam tiradas de contexto e distorcidas em redes sociais ou meios externos. No entanto, a proposta já causa controvérsia, especialmente entre vereadores que utilizam seus próprios dispositivos para transmitir e divulgar suas atuações parlamentares diretamente ao público.
O projeto prevê ainda sanções para quem descumprir as determinações, incluindo a retirada do plenário e possíveis responsabilizações éticas, civis e penais. A proposta também veta o porte de armas de fogo no espaço legislativo, mesmo para quem possua porte legal, com exceção apenas a agentes de segurança pública em serviço. Até o momento, o único parlamentar a se posicionar publicamente contra a medida foi o vereador Caio Cordeiro (PL), que utilizou suas redes sociais para criticar o que classificou como uma "manobra" para cercear a transparência e o trabalho parlamentar.