Da Redação
A Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) realiza nesta sexta-feira (6), às 9h, uma audiência pública para discutir as denúncias de irregularidades nos empréstimos consignados contratados por servidores públicos estaduais, ativos e aposentados. O debate ocorre no Plenário das Deliberações Deputado Renê Barbour.
Proposta pelo deputado estadual Henrique Lopes (PT), a audiência contará com a presença do secretário de Planejamento e Gestão, Basílio Bezerra, que foi convocado para prestar esclarecimentos sobre as medidas adotadas pelo governo frente às suspeitas de fraudes.
A discussão foi motivada por denúncias feitas pelo presidente do Sindicato dos Profissionais da Área Instrumental do Governo (Sinpaig), Antônio Wagner Oliveira. Segundo ele, servidores vêm sofrendo descontos indevidos e cobranças abusivas em seus contracheques, o que escancara falhas no sistema de fiscalização da Coordenadoria de Controle e Fiscalização das Consignações.
Henrique Lopes destacou que as primeiras denúncias surgiram ainda em 2023, mas o governo só reconheceu o problema após auditoria da Controladoria-Geral do Estado, em janeiro de 2024. “Foi preciso muita pressão para que o Executivo tomasse alguma atitude”, afirmou.
Um dos principais pontos de cobrança é o descumprimento das recomendações da CPI das Consignações, realizada pela ALMT em 2018. O parlamentar questiona por que a empresa Capital Consig, mesmo após ser alvo de denúncias e constatação de irregularidades, continuou operando normalmente, sem sofrer sanções previstas no Decreto 691/2016.
Segundo dados da Seplag, até abril de 2025, Mato Grosso contava com 104.119 servidores públicos, sendo que 62.135 possuíam empréstimos consignados. No período de um ano, de maio de 2024 a abril de 2025, o volume total repassado às instituições financeiras somou R$ 1,714 bilhão.
No centro das denúncias está a empresa Capital Consig Sociedade de Crédito Direto S.A, que apresentou um crescimento explosivo de mais de 4,5 milhões por cento entre o segundo quadrimestre de 2022 e o primeiro de 2025. Hoje, é a terceira maior operadora de consignações no estado, atrás apenas do Banco do Brasil e do Santander.
