Da Redação
A presidente da Câmaras de Vereadores de Cuiabá, Samantha Iris (PL) e a colega de parlamento, Maysa Leão (Republicanos), denunciaram terem sido alvo de perseguição e ameaças por parte de líderes comunitários que, segundo elas, tentaram impedir fiscalizações em bairros da capital mato-grossense. Samantha Iris relatou um caso recente em que suas assessoras foram abordadas e ameaçadas por um homem que se identificou como presidente de bairro na região da Grande CPA. Ele teria dito que a equipe não deveria estar ali e que qualquer pedido de moradores deveria passar por ele. A vereadora informou que foi feito um boletim de ocorrência e que ela pretende voltar ao local para confrontar o agressor.
A vereadora Maysa Leão confirmou que também já passou por situações semelhantes, que descreveu como recorrentes. Embora não tenha registrado boletim de ocorrência, ela contou que, em uma das intimidações, um homem chegou a mostrar que estava armado enquanto seguia sua equipe de moto. Maysa ressaltou que essas situações não se limitam apenas a presidentes de bairros, destacando que existem líderes comunitários éticos e honestos, mas também "figurinhas carimbadas" que se consideram "donos dos bairros", especialmente em áreas mais periféricas da cidade.
Samantha Iris levantou a possibilidade de que o homem que ameaçou suas assessoras possa ter ligação com vereadores de outros grupos políticos, embora não tenha confirmação. Ela acredita que o incidente pode ter sido uma tentativa de proteger a liderança de alguém na região. A vereadora também expressou receio de que possa haver conexão com facções criminosas, um temor crescente em áreas mais vulneráveis.
Apesar das ameaças e da preocupação, as vereadoras afirmam que não vão parar de visitar os bairros e cumprir suas funções fiscalizadoras. Samantha Iris enfatizou que, como representantes políticas, elas não podem ceder ao medo e deixar de atender à população. "Muitas pessoas têm medo de reclamar das coisas, por conta dessas situações. E nós, enquanto políticos, não podemos deixar de lado o poder que a gente tem de resolver as coisas por conta de medo", disse a vereadora.
O caso levanta sérias questões sobre a segurança no exercício da atividade parlamentar e a influência de grupos que buscam controlar o acesso e a informação em determinadas comunidades. A persistência das vereadoras em continuar o trabalho de fiscalização, apesar dos riscos, reforça o compromisso com a transparência e a defesa dos direitos dos moradores.