26 de Maio de 2025, 17h:45 - A | A

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CONFLITO ENTRE PODERES

Após inquérito do STF, Eduardo Bolsonaro fala em “regime de exceção” e critica PGR

Deputado é investigado por suposta tentativa de pressionar autoridades brasileiras com apoio de sanções dos EUA

Da Redação



O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) se manifestou pela primeira vez, nesta segunda-feira (26), após o Supremo Tribunal Federal (STF) abrir um inquérito contra ele. A decisão do STF atendeu a um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR). Em uma postagem na plataforma X, Eduardo Bolsonaro afirmou: "Antes eu era chacota, hoje sou ameaça à democracia. Nos subestimaram e só recentemente acordaram para a gravidade das consequências – por isso estão batendo cabeça. Hoje o PGR deu mais um tiro no pé e confirmou o que sempre alertei: Brasil vive num Estado de exceção. E ainda botam mais pressão para Moraes e cia. serem sancionados”.

O inquérito contra Eduardo Bolsonaro foi aberto por decisão do ministro Luís Roberto Barroso, presidente do STF, e o caso será relatado pelo ministro Alexandre de Moraes. O procurador-geral da República, Paulo Gonet, defendeu a abertura da investigação, alegando que o deputado tem declarado publicamente que está atuando junto ao governo dos Estados Unidos para aplicar sanções contra os ministros do STF, a PGR e a Polícia Federal (PF). 

Segundo o próprio deputado, essas ações seriam uma resposta ao que ele considera uma "perseguição política" contra ele e seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, que é alvo de uma denúncia no STF por supostamente liderar uma organização criminosa que buscava romper a ordem democrática. Em um vídeo, Eduardo Bolsonaro afirmou que a abertura do inquérito "consolida sua continuidade nos Estados Unidos" e que a medida "injusta e desesperada" apenas confirma que o Brasil vive um "regime de exceção". Ele compara sua situação a ações passadas da esquerda, que, segundo ele, não foram investigadas.

O pedido da PGR para investigar Eduardo Bolsonaro atende a uma representação do deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ). Gonet argumentou que as publicações e entrevistas de Eduardo têm um "tom intimidatório" contra agentes públicos e julgadores, e que o objetivo do deputado é atrapalhar o andamento de processos criminais no STF, incluindo a ação penal contra Jair Bolsonaro e aliados, e o inquérito das fake news. O procurador-geral classificou as medidas que Eduardo Bolsonaro busca junto ao governo americano como uma "pena de morte civil internacional", visando interferir nos procedimentos criminais em curso.

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