O principal suspeito pelo desaparecimento de Madeleine McCann, o alemão Christian Brueckner, quebrou o silêncio e falou pela primeira vez diretamente da prisão. Aos 48 anos, ele continua negando qualquer envolvimento no sumiço da menina britânica, ocorrido em 2007, na Praia da Luz, em Portugal.
Em entrevista exclusiva ao canal alemão RTL, Brueckner não escondeu o cansaço da vida atrás das grades e revelou um desejo curioso para quando estiver livre: "Quero comer um bife e tomar uma cerveja", disse, demonstrando aparente despreocupação diante das graves acusações.
Mesmo condenado por outro crime o estupro de uma idosa no Algarve , pelo qual cumpre pena de sete anos, ele insiste em dizer que é inocente. “Estou preso há muitos anos por algo que não cometi. Metade do mundo me vê como um estuprador cruel, graças à mídia”, afirmou.
Corrida contra o tempo
Brueckner deve ganhar liberdade já em setembro. Autoridades alemãs temem que ele fuja para países sem acordo de extradição e, inclusive, mude de aparência para escapar das investigações.
A tensão aumentou depois que ele foi agredido por um colega de cela, sofreu uma fratura na costela e, desde então, cumpre pena isolado, em uma cela solitária.
Última chance?
Enquanto isso, a polícia alemã e portuguesa intensificou as buscas por pistas do paradeiro de Madeleine. Uma nova operação foi deflagrada na Praia da Luz, utilizando equipamentos de radar capazes de escanear até 4,5 metros abaixo da superfície.
O foco das buscas está em áreas onde Brueckner frequentava e onde ocorreram reformas e escavações pouco tempo após o desaparecimento da menina.
Achados perturbadores
O cerco se fechou ainda mais depois que autoridades encontraram, em 2016, em um imóvel na Alemanha ligado ao suspeito, brinquedos infantis, roupas de criança e um HD com imagens consideradas perturbadoras. Tudo isso reacendeu a suspeita de que Madeleine pode ter sido assassinada pouco tempo depois de desaparecer.
Além disso, relatos de moradores que, na época, perceberam cães reagindo a possíveis locais de ocultação de cadáver na propriedade aumentaram a pressão sobre o suspeito.
O caso que comove o mundo
Passados 17 anos, o desaparecimento de Madeleine McCann continua sendo um dos casos mais emblemáticos e misteriosos da história recente. Desde 2020, Christian Brueckner é tratado como o principal suspeito, mas segue em silêncio absoluto sobre o destino da menina — uma estratégia orientada por seus advogados.
O tempo corre contra as autoridades, que acreditam que esta pode ser a última oportunidade de solucionar o mistério que há quase duas décadas choca o mundo.