19 de Abril de 2025, 12h:29 - A | A

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ILEGALIDADE

Preso em VG; advogado do CV esconde drogas em air fryer e quebra iPhone ao ser abordado



A execução do mandado que incluía busca, apreensão e prisão na Operação Patrono do Crime, o advogado Pauly Ramiro Ferrari Dorado, de 45 anos, danificou seu iPhone ao notar a aproximação dos policiais em sua residência, situada no bairro Petrópolis, em Várzea Grande.

A diligência foi realizada pela Polícia Civil na manhã desta quinta-feira, dia 17.

Acusado de ser um membro ativo da facção criminosa Comando Vermelho (CV), Pauly Dorado não apenas fornecia serviços jurídicos aos membros da organização, mas também estaria diretamente engajado em atividades ilícitas, utilizando sua profissão para beneficiar criminosos.

Durante a operação em sua casa, os policiais descobriram uma quantidade de substância que parecia ser maconha, oculta dentro de uma air fryer, documentos pessoais de outras pessoas, uma balança de precisão na cozinha, um dispositivo GPS com um chip da Claro, uma carta escrita à mão, um cartão de memória de 64 GB dentro de uma câmera na varanda e dois celulares adicionais.

Pauly foi levado até a Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) e, após a audiência de custódia, sua detenção em flagrante foi convertida em prisão preventiva. Ele será transferido para o Centro de Ressocialização Ahmenon Lemos Dantas, localizado em Várzea Grande.

As investigações indicaram que o advogado Pauly Ramiro fazia parte da organização criminosa, não apenas prestando serviços jurídicos aos membros, mas também se envolvendo em diversas atividades, como a venda ilegal de armas, usando suas prerrogativas profissionais para realizar pesquisas sobre indivíduos a pedido da facção, a fim de descobrir se pertenciam a outra organização criminosa.

Ele também tinha a função de recuperar drogas que não haviam sido apreendidas pelas autoridades. Com a percepção do cerco se apertando, os integrantes da facção se comunicavam com o investigado, que funcionava como intermediário entre os detidos e outros membros, informando onde as drogas estavam escondidas para que fossem removidas antes que as forças de segurança as encontrassem e confiscassem.

Além disso, ele atuava na recuperação de veículos que tinham sido roubados ou furtados pelo CV, recebendo valores das vítimas pela devolução dos bens.

Cigarros na PCE

Em junho de 2023, ele foi levado à Delegacia de Lucas do Rio Verde após fazer ameaças a um promotor durante uma audiência do Tribunal do Júri.

Durante uma de suas defesas como advogado, ele criou uma farsa em que uma detenta estaria esperando um filho, com o intuito de obter a concessão de prisão domiciliar, que foi negada pela Justiça, resultando no nascimento da criança dentro da penitenciária.

Patrono do Crime -

O título da operação alude à má interpretação da função constitucional do advogado, que, neste caso, utilizava seu conhecimento legal e as prerrogativas profissionais não para proteger direitos, mas para ajudar, resguardar e promover atividades criminosas organizadas, em clara violação dos deveres éticos e legais da profissão de advogado.

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