As investigações da Polícia Federal revelam uma estreita ligação entre o traficante de drogas e armas conhecido como Professor, um dos líderes do Comando Vermelho, e vários setores da Polícia Militar do Rio de Janeiro.
Um relatório da PF, divulgado pelo g1, destaca as negociações de propina entre o criminoso e os PMs, que demonstram insatisfação com os valores pagos semanalmente (vide troca de mensagens abaixo).
Os policiais chegam a ameaçar retomar as operações na comunidade caso o montante não seja aumentado, o que desagrada o traficante. Essas conversas ocorreram em 27 de fevereiro de 2022.
Essa comunicação faz parte da investigação Dakovo, que investigou a aquisição de armas por facções criminosas no Paraguai. O Professor é apontado como responsável por adquirir fuzis e pistolas para o Comando Vermelho, mantendo contatos frequentes com vendedores de armas no Paraguai, Bolívia e Colômbia.
Em uma troca de mensagens posterior, o traficante recebe solicitações até para a devolução de um carro roubado, supostamente solicitada por um policial chamado Hulk. O veículo é devolvido, com a chave dentro, conforme solicitado.
A conexão próxima do Professor com membros da PM do Rio de Janeiro chamou a atenção dos investigadores, chegando ao ponto do traficante ter acesso a um documento interno da polícia revelando escalas e lotações de policiais. Este tipo de proximidade é preocupante e requer uma análise mais aprofundada das autoridades competentes.