O cerco apertou contra o crime organizado em Mato Grosso. A Justiça determinou o bloqueio de até R$ 7 milhões em contas bancárias e o sequestro de mais de R$ 1 milhão em bens, como imóveis e veículos, de integrantes de uma facção criminosa alvo da Operação Eclipse, da Polícia Civil.
A ofensiva, que mira o braço financeiro do tráfico, desmantela um esquema que movimentou impressionantes R$ 22 milhões oriundos da venda de drogas no estado.
Tesoureiro do crime na mira
Entre os principais alvos está um dos líderes da facção, responsável pela contabilidade e gestão financeira de operações criminosas em 43 cidades mato-grossenses. Também estão no radar da polícia a esposa do criminoso e um empresário de Rondonópolis, suspeito de ajudar na lavagem de dinheiro.
Operação em três cidades
Ao todo, a operação cumpriu:
5 mandados de prisão
16 de busca e apreensão
16 sequestros de bens, entre veículos de luxo e imóveis
14 bloqueios bancários, cada um de até R$ 7 milhões
As ações aconteceram nas cidades de Rondonópolis, Água Boa e Canarana.
Golpe na estrutura financeira da facção
Na terceira fase da operação, o foco é atingir o alto escalão da organização, afetando diretamente sua estrutura logística, financeira e operacional.
As investigações, iniciadas em 2023, revelaram que o chefe do tráfico em Água Boa, na verdade, nunca pisou na cidade. Ele operava todo o esquema de forma remota, comandando as ações a partir de Rondonópolis.
A apuração descobriu ainda que ele não era apenas líder local, mas ocupava um cargo de "tesoureiro" da facção, gerenciando o faturamento ilícito de traficantes espalhados por dezenas de municípios.
Um império do tráfico em Mato Grosso
O criminoso comandava o tráfico em cidades como Nova Xavantina, Barra do Garças, Confresa, Vila Rica, Canarana, Primavera do Leste, Alto Araguaia, São Félix do Araguaia, Pedra Preta, Querência, Campinápolis, Gaúcha do Norte, Dom Aquino, Jaciara, Pontal do Araguaia, entre muitas outras. Ao todo, são 43 municípios sob influência direta da quadrilha.
Desmonte estratégico
A Polícia Civil destaca que o principal objetivo é estrangular financeiramente a facção, comprometendo sua capacidade de operação e expansão. Com o bloqueio dos recursos, o grupo perde força para investir em logística, compra de drogas e recrutamento.
A operação segue em andamento, e novas prisões não estão descartadas.