27 de Maio de 2025, 08h:13 - A | A

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EMPRESA FAMILIAR

Polícia Civil de MT desarticula esquema de fraudes em concursos públicos nacionais

As investigações apontam que duas empresas, pertencentes a familiares, organizaram concursos públicos com suspeita de fraudes em diversos municípios do país

Da Redação



A Polícia Civil de Mato Grosso, através da Delegacia de Ribeirão Cascalheira, deflagrou na manhã desta terça-feira a Operação Ludificatum, resultando no cumprimento de 12 mandados de busca e apreensão. A ação, que se estendeu por Mato Grosso, Goiás, Mato Grosso do Sul e Paraná, mirou uma rede de empresas familiares suspeitas de fraudar concursos públicos em diversas cidades do país.

As investigações revelaram um esquema sofisticado, com duas empresas pertencentes a familiares orquestrando os certames com diversas irregularidades. Entre as descobertas que comprometem a lisura dos processos, verificou-se que os endereços oficiais das empresas funcionavam como fachadas para outros negócios.

Além disso, a contratação dessas empresas frequentemente envolvia uma rede de favorecimento, com indícios de manipulação dos concursos para beneficiar candidatos ligados ao poder público municipal. A polícia também constatou a repetição de questões idênticas em provas aplicadas por ambas as empresas, sugerindo o compartilhamento de um banco de dados fraudulento.

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A Operação Ludificatum teve origem a partir de uma denúncia da Unidade de Controle Interno de Ribeirão Cascalheira, que apontou irregularidades no concurso público local de 2024. As suspeitas incluíam falhas no processo licitatório, prazos de execução violando a lei, contratação por dispensa de licitação e o favorecimento na aprovação de diversos candidatos com vínculos com a administração municipal.

Entre os casos emblemáticos apurados, a investigação detalhou uma ocorrência de 2020 em Caiapônia (GO), onde uma das empresas tentou coagir concorrentes de licitação com ofertas de dinheiro para desistência. Outro incidente em Gaúcha do Norte (MT), em 2021, gerou confusão na aplicação de um concurso para auditor interno, levantando sérias dúvidas sobre a validade do certame. E

m Jaciara, a fraude foi identificada no processo licitatório para a contratação da empresa organizadora, indicando um direcionamento claro para uma das empresas envolvidas, ambas ligadas por parentesco.

De acordo com o delegado Diogo Jobane Neto, responsável pela investigação, a ausência de garantias mínimas de segurança digital, aliada às falhas na contratação e execução dos concursos, solidificou a necessidade das diligências.

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"A falta de uma banca examinadora legítima, ausência de endereço físico, associadas a uma série de outras falhas e irregularidades, como ausência de registros de empregados, levantou dúvidas sobre a idoneidade da empresa", afirmou o delegado, ressaltando que a empresa não comprovou sua capacidade técnica para realizar concursos públicos nem informou quem eram os profissionais responsáveis pela elaboração e aplicação das provas, comprometendo a confiança em todo o processo.

A Operação Ludificatum representa um passo significativo no combate à corrupção e na garantia da lisura dos concursos públicos, protegendo a integridade dos processos seletivos e a confiança dos candidatos.

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