06 de Junho de 2025, 14h:22 - A | A

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SOB INVESTIGAÇÃO

Polícia apura contradições no depoimento da mãe de menino que morreu em incêndio no Contorno Leste

Andréia Cristina afirmou que estava na cozinha no momento da explosão, mas versões anteriores apontavam o contrário. Polícia aguarda laudo da perícia.

Da Redação



A mãe de Davi Lucas Santos, o menino de cinco anos que morreu carbonizado em um incêndio na última quarta-feira (4), compareceu à Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) para prestar depoimento. Andréia Cristina, de 23 anos, manteve a versão inicial dos fatos, mas o delegado Nilson Farias, responsável pelo caso, destacou pontos contraditórios em suas declarações.

"Ela sustentou a mesma versão dada para a imprensa. Esperamos para ouvi-la posteriormente, até para ela entrar num estado emocional mais tranquilo. Hoje ela sustentou que estava na cozinha, a criança no quarto, e que teve uma explosão no quarto onde ele estava", afirmou o delegado Farias.

Um detalhe que chamou a atenção dos investigadores foi a mudança na narrativa sobre a posição da mãe e da criança no momento da explosão.

"Salvo engano, recordo de ter visto em entrevistas que ela dizia que a criança estava na cozinha e ela no quarto. Hoje ela falou o contrário. Então tudo vai ser analisado", pontuou o delegado. A mãe ainda disse que a panela de pressão que teria provocado a explosão estava dentro da geladeira, fechada.

A Polícia Civil trata as informações com cautela, aguardando o laudo oficial da Perícia Técnica (Politec) para determinar o real ponto de ignição. "Talvez por isso a panela explodiu, porque na hora que pegou fogo em tudo, ela estava fechada. Então a perícia está analisando o princípio do incêndio, o que de fato o causou. Estamos atrás de testemunhas e imagens que possam elucidar esse fato", explicou Farias.

Além de Andréia, o padrasto do menino também foi ouvido, mas não estava na residência no momento do incêndio. A mãe também mencionou um suposto homem que a teria retirado da casa em chamas, mas que nunca mais foi visto. "Ela disse que uma terceira pessoa a salvou, retirou ela e a motocicleta, mas não conseguiu retirar a criança. Agora, ela afirma que nunca mais viu essa pessoa no bairro. Isso também será investigado", afirmou o delegado.

Indícios encontrados pela investigação contradizem a narrativa da explosão da panela dentro da geladeira. "Se o incêndio iniciou e essa explosão se deu depois, é muito difícil acreditar nessa hipótese. Verificamos sinais no fogão que indicam que a panela estava ali em cima, amassada. Ela afirma que não, que a panela estava fria e guardada, mas realmente, para estourar uma panela de pressão, é preciso um calor muito forte", explicou Farias.

As investigações continuam com foco no laudo da Politec, que será crucial para determinar o início do incêndio. Uma testemunha que teria afirmado que Andréia não estava em casa no momento do fogo também será ouvida.

 

Fonte: Olhar Direto

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