Da Redação
A mãe de Davi Lucas Santos, o menino de cinco anos que morreu carbonizado em um incêndio na última quarta-feira (4), compareceu à Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) para prestar depoimento. Andréia Cristina, de 23 anos, manteve a versão inicial dos fatos, mas o delegado Nilson Farias, responsável pelo caso, destacou pontos contraditórios em suas declarações.
"Ela sustentou a mesma versão dada para a imprensa. Esperamos para ouvi-la posteriormente, até para ela entrar num estado emocional mais tranquilo. Hoje ela sustentou que estava na cozinha, a criança no quarto, e que teve uma explosão no quarto onde ele estava", afirmou o delegado Farias.
Um detalhe que chamou a atenção dos investigadores foi a mudança na narrativa sobre a posição da mãe e da criança no momento da explosão.
"Salvo engano, recordo de ter visto em entrevistas que ela dizia que a criança estava na cozinha e ela no quarto. Hoje ela falou o contrário. Então tudo vai ser analisado", pontuou o delegado. A mãe ainda disse que a panela de pressão que teria provocado a explosão estava dentro da geladeira, fechada.
A Polícia Civil trata as informações com cautela, aguardando o laudo oficial da Perícia Técnica (Politec) para determinar o real ponto de ignição. "Talvez por isso a panela explodiu, porque na hora que pegou fogo em tudo, ela estava fechada. Então a perícia está analisando o princípio do incêndio, o que de fato o causou. Estamos atrás de testemunhas e imagens que possam elucidar esse fato", explicou Farias.
Além de Andréia, o padrasto do menino também foi ouvido, mas não estava na residência no momento do incêndio. A mãe também mencionou um suposto homem que a teria retirado da casa em chamas, mas que nunca mais foi visto. "Ela disse que uma terceira pessoa a salvou, retirou ela e a motocicleta, mas não conseguiu retirar a criança. Agora, ela afirma que nunca mais viu essa pessoa no bairro. Isso também será investigado", afirmou o delegado.
Indícios encontrados pela investigação contradizem a narrativa da explosão da panela dentro da geladeira. "Se o incêndio iniciou e essa explosão se deu depois, é muito difícil acreditar nessa hipótese. Verificamos sinais no fogão que indicam que a panela estava ali em cima, amassada. Ela afirma que não, que a panela estava fria e guardada, mas realmente, para estourar uma panela de pressão, é preciso um calor muito forte", explicou Farias.
As investigações continuam com foco no laudo da Politec, que será crucial para determinar o início do incêndio. Uma testemunha que teria afirmado que Andréia não estava em casa no momento do fogo também será ouvida.
Fonte: Olhar Direto