A Polícia Federal (PF) está aprofundando as investigações sobre um esquema bilionário de fraudes envolvendo o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), com foco em pagamentos suspeitos a empresas de crédito consignado. As transações financeiras reveladas indicam uma ligação entre as entidades que aplicaram descontos indevidos nas aposentadorias e as empresas que ofereceram empréstimos consignados aos aposentados.
Desvios Bilionários e "Idosos de Aluguel"
Estima-se que o esquema tenha causado um prejuízo superior a R$ 6,3 bilhões aos cofres públicos entre 2019 e 2024. A investigação aponta que mais de 7,6 milhões de aposentados e pensionistas foram afetados por descontos não autorizados em suas aposentadorias. Além disso, a PF identificou o uso de "idosos de aluguel", pessoas que emprestavam suas identidades para a obtenção de benefícios fraudulentos e a contratação de empréstimos consignados.
Operações e Prisões
A Operação Sem Desconto, deflagrada em abril de 2025, cumpriu 211 mandados de busca e apreensão em 13 estados e no Distrito Federal. Seis mandados de prisão temporária foram expedidos, resultando em três detenções até o momento. Entre os afastamentos, destaca-se o do então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, e do ministro da Previdência, Carlos Lupi.
Repercussões Políticas
O deputado federal José Medeiros (PL) criticou o governo federal, afirmando que o Palácio do Planalto tenta desviar o foco e culpar gestões anteriores pelo crescimento do esquema durante o atual mandato. Medeiros destacou que, apesar de alertas sobre as irregularidades desde 2023, nada foi feito para conter o problema.
Próximos Passos
As investigações continuam em andamento, com a PF e a Controladoria-Geral da União (CGU) aprofundando a apuração das conexões entre as entidades fraudulentas e as empresas de crédito consignado. A expectativa é que mais prisões e bloqueios de bens sejam realizados nos próximos dias.