Da Redação
A Polícia Federal (PF) fez uma descoberta preocupante durante a Operação Sisamnes, que investiga o assassinato do advogado Roberto Zampieri em Cuiabá. Em um caderno de anotações de um grupo de extermínio chamado Comando C4, foram encontrados os nomes dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes e Cristiano Zanin.
O Comando C4 é um grupo criminoso formado por civis e militares, tanto da ativa quanto da reserva. A sigla "C4" significa Comando de Caça a Comunistas, Corruptos e Criminosos.
Ainda não está claro se os ministros estavam sendo monitorados ou se o grupo já planejava assassinatos, mas a presença dos nomes nas anotações é vista como um sinal de alerta.
As investigações revelaram que o grupo tinha uma "tabela de preços" para assassinatos, que variavam de R$ 50 mil a R$ 250 mil, dependendo da posição social da vítima. O valor mais alto, de R$ 250 mil, era cobrado pela morte de ministros do STF.
Além disso, o grupo possuía um arsenal impressionante, que incluía:
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Cinco fuzis
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15 pistolas com silenciador
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Munição
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Lança-rojão AT34 de ombro
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Minas magnéticas
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Explosivos com detonação remota
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Dois fuzis com lançadores de dardos (para captura de animais)
Parte desse armamento foi apreendida em um dos endereços investigados em Minas Gerais.
Ligação com o assassinato de Zampieri
As ações da PF fazem parte de um inquérito sigiloso que também apura a venda de sentenças judiciais envolvendo servidores do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJ-MT).
Nesta semana, a PF cumpriu cinco mandados de prisão contra suspeitos de integrar o grupo de extermínio: Aníbal Manoel Laurindo, Luiz Caçadini, Antonio Gomes da Silva, Hedilerson Barbosa e Gilberto Louzada da Silva.
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Gilberto Louzada, que se apresenta como "consultor de segurança patrimonial" e "instrutor de tiro", teria sido sargento do Exército. Ele é apontado como próximo de Aníbal.
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Etevaldo Luiz, coronel da reserva do Exército, está preso desde janeiro de 2024 pelo assassinato de Zampieri e é apontado como um dos executores.
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Hedilerson Fialho é investigado como intermediador entre os mandantes e os executores.
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Aníbal Manoel consta como um dos mandantes do crime.
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Luiz Caçadini seria o financiador.
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Antonio Gomes é apontado como o atirador.
As investigações do assassinato do advogado Roberto Zampieri revelaram um complexo esquema, e a Operação Sisamnes continua desvendando os detalhes dessa perigosa organização criminosa.