A Polícia Federal desvendou um imenso garimpo ilegal no sul do Pará, que funcionava como um centro de exploração de ouro e tráfico de drogas, operado por facções criminosas. O local, com a dimensão de 240 campos de futebol, abrigava 12 retroescavadeiras utilizadas na escavação de minérios.
Embora as informações iniciais apontassem a extração de cobre, a investigação revelou que, na verdade, o foco da atividade ilegal era a exploração de jazidas de ouro. Dentro da fazenda, os agentes identificaram dois pontos de extração do metal precioso, que é altamente cobiçado no mercado negro.
Os impactos ambientais da operação, somados ao valor do ouro extraído, podem superar R$ 1 bilhão. De acordo com a PF, apenas nesta fazenda foram retirados cerca de 440 quilos de ouro. Além disso, foram apreendidos dois quilos de mercúrio, substância tóxica frequentemente usada em garimpos ilegais, e duas caminhonetes, provavelmente destinadas ao transporte do minério e de drogas.
A investigação segue no intuito de identificar os responsáveis pela exploração da área e os compradores do ouro. A atividade criminosa envolve não apenas o garimpo ilegal, mas também o tráfico de drogas, especialmente cocaína, que atravessa a região amazônica — um corredor estratégico para facções criminosas brasileiras e estrangeiras.
A região, que serve de entreposto para a entrada de drogas de países como Colômbia e Peru, se tornou um ponto de interesse para as maiores facções do Brasil, que combinam a extração de ouro com o tráfico de armas e drogas. O valor crescente do ouro, atualmente avaliado em quase R$ 600 mil por quilo, tem intensificado ainda mais o envolvimento do crime organizado, que utiliza até mesmo a fazenda como pista de pouso para aeronaves que fazem o transporte de substâncias ilícitas.
A Polícia Federal continua a operação para desmantelar as redes criminosas envolvidas nesse esquema ilegal.
