A investigação da Polícia Federal sobre um suposto esquema de venda de decisões do STJ (Superior Tribunal de Justiça), que é supostamente liderado pelo lobista Andreson de Oliveira Gonçalves, oriundo de Mato Grosso.
Já avançou para as primeiras evidências de pagamento de corrupção a um assessor do tribunal e revelou transações financeiras em bilhões. A PF está rastreando o fluxo deste dinheiro.
Um relatório do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) indicou movimentações financeiras ilícitas totalizando R$ 2 bilhões por parte do lobista e indivíduos relacionados a ele, incluindo sua esposa, a advogada Mirian Ribeiro, e o advogado Roberto Zampieri, que foi assassinado no final de 2023. Este crime foi o catalisador para o início da investigação.
O podcast UOL Prime, comandado por José Roberto de Toledo, apresenta uma conversa com o jornalista Aguirre Talento sobre uma série de reportagens que abordam o tema.
Em outubro de 2024, uma reportagem do UOL expôs que Andreson de Oliveira Gonçalves tinha acesso impróprio a documentos internos e borradores de decisões dos ministros do STJ.
As dúvidas começaram a ser levantadas após a apreensão do celular de Roberto Zampieri, um advogado de Cuiabá que foi assassinado no final de 2023. Os investigadores conseguiram encontrar no aparelho trocas de mensagens que demonstram que Andreson, associado a Zampieri, mantinha uma relação estreita com vários funcionários de gabinetes do STJ.
As investigações sugerem que a pessoa que mandou assassinar Zampieri é um produtor rural que foi prejudicado pelo esquema de venda de decisões na segunda maior corte do país. "Parece uma cena de faroeste. Envolvem-se armas, corrupção, lobby em Brasília e assassinato", observou Toledo.
Nesta edição, Aguirre Talento compartilha atualizações sobre o progresso das investigações conduzidas pela Polícia Federal e detalhes sobre o movimento financeiro bilionário que envolve o lobista.
"Para ilustrar os valores em questão, a Polícia Federal iniciou um rastreamento do dinheiro para continuar a apuração. Esse relatório do Coaf, que fez um estudo inicial sobre transações financeiras suspeitas relacionadas a Andreson, Mirian e também Roberto Zampieri, somou valores que chegam a R$ 2 bilhões", declarou Aguirre.
"Mesmo que todas as quantias fossem legítimas, seriam montantes extremamente altos para serem transferidos", acrescentou. Ao aprofundar a análise dessas transações, a PF já descobriu que uma empresa vinculada ao lobista enviou R$ 4 milhões a uma empresa da esposa de um assessor do STJ, Márcio Toledo Pinto, que já atuou nos gabinetes das ministras Isabel Gallotti e Nancy Andrighi.
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