Da Redação
A Polícia Civil de Mato Grosso, em parceria com o Laboratório de Operações Cibernéticas do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), deflagrou nesta terça-feira (27) a Operação Mão de Ferro 2, uma ação nacional de combate a crimes cibernéticos de alta gravidade, com foco em crianças e adolescentes. A ofensiva ocorre simultaneamente em 12 estados brasileiros, com o cumprimento de 22 mandados judiciais de busca e apreensão, prisão temporária e internação socioeducativa.
Em Mato Grosso, a operação concentra-se em Sinop e Rondonópolis, onde foram cumpridas três ordens judiciais. Em Sinop, um mandado de busca e apreensão domiciliar foi executado contra uma adolescente de 16 anos.
Já em Rondonópolis, dois mandados de busca e apreensão e internação provisória foram cumpridos contra um adolescente de 15 anos, apontado como líder do grupo criminoso. Este último já havia sido alvo da primeira fase da Operação Mão de Ferro, em agosto de 2024, e também da Operação Discórdia, deflagrada em abril.
Rede Criminosa
As investigações revelaram uma rede de pessoas, incluindo adolescentes, que agiam de forma articulada para cometer crimes como:
- Indução, instigação ou auxílio à automutilação e ao suicídio: Com penas que podem dobrar se a vítima for criança ou adolescente.
- Perseguição (stalking): Com pena aumentada se contra crianças ou adolescentes.
- Ameaças.
- Produção, armazenamento e compartilhamento de pornografia infantil.
- Apologia ao nazismo.
- Invasão de sistemas informatizados: Incluindo acesso não autorizado a bancos de dados públicos.
Os criminosos utilizavam principalmente plataformas como WhatsApp, Telegram e Discord para disseminar conteúdo de violência extrema, estimular comportamentos autodestrutivos, praticar coação psicológica, ameaças e expor publicamente as vítimas, em sua maioria adolescentes, causando severos danos emocionais e psicológicos. As penas somadas para os crimes investigados podem ultrapassar 20 anos de reclusão, além de multas.

A operação Mão de Ferro 2 simboliza a resposta firme e coordenada do Estado brasileiro no enfrentamento da exploração digital, violência psicológica e disseminação de ódio. Rodney Silva, diretor de Operações Integradas e de Inteligência da Secretaria Nacional de Segurança Pública do MJSP, ressaltou a importância da integração operacional entre as Polícias Civis dos estados, que possibilitou uma ação robusta e abrangente.
O delegado adjunto da Delegacia Especializada de Repressão a Crimes Informáticos de MT, Gustavo Godoy Alevado, destacou que a operação é resultado de um trabalho investigativo minucioso, reafirmando a resposta coordenada do Estado à violência digital contra crianças e adolescentes.
O delegado titular da DRCI, Guilherme Berto Nascimento Fachinelli, enfatizou a continuidade das ações repressivas contra esse tipo de criminalidade, reforçando o compromisso com a proteção da infância e juventude.

A Polícia Judiciária Civil reitera a importância da denúncia anônima pelo disque 197 ou canais digitais oficiais, como ferramenta essencial para o combate a crimes virtuais, especialmente aqueles que envolvem vítimas em situação de vulnerabilidade.