Uma ação coordenada entre as forças de segurança do Rio Grande do Sul, Mato Grosso e Pará deflagrou, nesta terça-feira (10), a Operação Strick. O objetivo é desarticular uma sofisticada rede criminosa especializada em fraudes digitais, principalmente no conhecido "Golpe do Falso Intermediário", que já causou prejuízos de mais de R$ 450 mil a diversas vítimas.
A operação mirou diretamente os suspeitos de orquestrar essas fraudes e de se passar por intermediários em transações comerciais. Até o momento, foram cumpridos 24 mandados de busca e apreensão e 10 mandados de prisão temporária em Mato Grosso (sem especificação das cidades no momento do comunicado). Além disso, foram emitidos 2 mandados de prisão preventiva e 5 mandados de busca domiciliar também em Mato Grosso. No Pará, a Polícia Civil local atua nas ações, com o apoio técnico do Ciberlab, o Laboratório de Operações Cibernéticas do Ministério da Justiça e Segurança Pública.
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A investigação, que durou mais de um ano e foi conduzida pela 3ª Delegacia de Polícia de Canoas (RS), revelou uma estrutura criminosa organizada que operava de forma remota. Os golpistas se passavam por intermediários legítimos, criando uma falsa sensação de segurança para enganar tanto compradores quanto vendedores, principalmente em negociações de veículos e bovinos.
Entenda Como o Golpe do Falso Intermediário Funciona
De acordo com a Polícia Civil, os estelionatários se apresentam como representantes de uma das partes, alegando algum tipo de vínculo. Eles manipulam a negociação, oferecendo preços diferentes para cada lado. O golpe se concretiza quando induzem o comprador a transferir o valor diretamente para a conta do golpista, que então desaparece com o dinheiro. Esse tipo de fraude tem se proliferado em plataformas de anúncios e redes sociais.
A maioria das vítimas identificadas até agora é da região metropolitana de Porto Alegre, especialmente de Canoas (RS). Em um dos casos apurados no Pará, uma vítima perdeu chocantes R$ 150 mil em uma negociação fraudulenta envolvendo a venda de bovinos.
A delegada Luciane Bertoletti, responsável pela investigação no Rio Grande do Sul, emitiu um alerta importante: "É crucial verificar a identidade e os dados de todas as partes envolvidas em uma negociação online, principalmente quando há transferência de valores". Ela explica que o golpe se aproveita da confiança das pessoas ao negociar com alguém que aparenta ser confiável.
O nome da operação, "Strick", é uma alusão à palavra inglesa "strike" (golpear), transmitindo a ideia de uma ação contundente e coordenada das polícias contra esses grupos criminosos interestaduais.
