30 de Abril de 2025, 09h:43 - A | A

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Plano sofisticado

Operação: chefe de esquema milionário de fraude tributária em operação policial



Uma operação coordenada pelo Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Dracco) desmontou, nesta quarta-feira (30), um sofisticado esquema de fraude tributária que movimentou mais de R$ 1 bilhão em transações fictícias no setor do agronegócio em Mato Grosso do Sul. O principal alvo da Operação Colheita Fantasma, considerado o cérebro da quadrilha, foi preso durante a ofensiva, que também contou com apoio da Secretaria Estadual de Fazenda (Sefaz) e da Receita Federal.

Segundo as investigações, a organização criminosa utilizava empresas de fachada registradas em nome de “laranjas” para simular a venda de grãos entre estados, sem que qualquer mercadoria de fato circulasse. O objetivo era gerar créditos de ICMS fraudulentos, estimados em pelo menos R$ 100 milhões, o que configura não apenas fraude fiscal, mas também lavagem de dinheiro em larga escala.

Com atuação silenciosa, porém eficiente, a quadrilha criou sucessivas empresas para manter o golpe funcionando, mesmo após bloqueios iniciais de companhias envolvidas. Os criminosos chegaram a montar uma estrutura empresarial paralela para dar aparência de legalidade às transações inexistentes.

Durante o cumprimento dos mandados judiciais, foram realizadas buscas em imóveis e escritórios em Campo Grande e Ivinhema, além do bloqueio de R$ 20 milhões em contas bancárias e sequestro de bens. Equipamentos eletrônicos, documentos fiscais e contratos sociais também foram apreendidos.

O nome da operação faz alusão direta ao golpe: uma "colheita fantasma", que existia apenas no papel — sem solo, grãos ou produção agrícola real. O impacto da fraude não se limita ao ICMS estadual, podendo também ter gerado prejuízos à arrecadação federal.

A 2ª edição da Operação Renorcrim, da qual a Colheita Fantasma faz parte, integra uma força-tarefa nacional contra o crime organizado, coordenada pela Secretaria Nacional de Segurança Pública. A Polícia Civil segue investigando o alcance total da rede e a participação de possíveis cúmplices no esquema bilionário.

A Sefaz informou que os desdobramentos da investigação serão conduzidos e divulgados exclusivamente pela Polícia Civil. O nome do líder preso ainda não foi revelado oficialmente.

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