01 de Junho de 2025, 09h:07 - A | A

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Crime organizado

Megaoperação na Rocinha descobre mansão de luxo usada como bunker pelo Comando Vermelho do Ceará com mais de mil mortes



Em uma megaoperação conjunta realizada ontem, sábado (31), as forças de segurança do Rio de Janeiro e do Ceará concentraram seus esforços na desarticulação da cúpula de uma facção cearense que operava de forma remota a partir da capital fluminense. O alvo principal era o Comando Vermelho do estado nordestino, responsável, segundo o Ministério Público, por mais de mil homicídios nos últimos dois anos. Durante a operação, uma mansão de luxo localizada na região alta da Rocinha foi descoberta como base operacional do grupo criminoso. Equipada com piscinas aquecidas, cascata, área gourmet, academia, sinuca e deck panorâmico, o imóvel revelava o poder da quadrilha interestadual.

A ação, realizada pela Coordenadoria de Segurança e Inteligência do Ministério Público do Rio (CSI/MPRJ) em parceria com o Ministério Público do Ceará e as secretarias de Segurança Pública dos dois estados, mobilizou cerca de 80 agentes das tropas especializadas do Rio, incluindo o BOPE, o Batalhão de Choque e o Primeiro Comando de Policiamento de Área, além de policiais cearenses. A operação contou com o apoio de drones e helicópteros para monitorar o ambiente, com imagens transmitidas em tempo real para o Quartel-General da PM, onde o governador Cláudio Castro e outras autoridades acompanhavam o desenrolar dos eventos.

Os moradores da comunidade relataram a presença de veículos blindados da polícia circulando pela Rocinha logo pela manhã, o que resultou na fuga de aproximadamente 400 criminosos para a mata. Houve confronto armado, e um policial militar foi ferido, sendo prontamente levado ao Hospital Municipal Miguel Couto e encontra-se fora de perigo. Indícios de uma festa realizada na noite anterior foram encontrados na mansão, com carne e bebidas ainda presentes na área gourmet. A propriedade pertenceria a Anastácio Paiva Pereira, conhecido como Doze ou Paizão, um dos líderes da facção criminosa cearense responsável pelo tráfico em Santa Quitéria, interior do estado.

Além da mansão, foi descoberto um prédio utilizado como alojamento pelos criminosos cearenses, mantendo uma espécie de hospedagem com o apoio do Comando Vermelho carioca. Durante a operação, foram apreendidos armas de fogo, munição e drogas, resultando no cumprimento de um dos 29 mandados de prisão. As investigações foram conduzidas pelo Grupo de Atuação Especializada no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Ceará em colaboração com o Gaeco do Rio de Janeiro.

Segundo o procurador-geral de Justiça do Rio, Antonio José Campos Moreira, a parceria entre as instituições é fundamental para combater com eficácia as organizações criminosas que atuam de forma transnacional. Os crimes violentos e cruéis ordenados pelos criminosos do Ceará escondidos na Rocinha são motivo de grande preocupação, incluindo ataques a provedores de internet na região. A ação integrada entre os Ministérios Públicos estaduais resultou em importantes avanços no combate ao crime organizado.

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