Da Redação
O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) realizou na última quinta-feira (22) a Operação Ronda Agro LXXXVIII, batizada de “Pagode Russo”, no município de Paulista, na região metropolitana de Recife. A ação, conduzida em parceria com a Delegacia de Crimes contra o Consumidor (DECON) da Polícia Civil de Pernambuco, desmantelou um esquema de produção e comercialização de bebidas alcoólicas falsificadas.
Durante a operação, os fiscais identificaram um estabelecimento clandestino que operava sem qualquer registro junto ao Mapa. No local, bebidas alcoólicas estavam sendo produzidas ilegalmente e embaladas com rótulos de marcas conhecidas no mercado nacional, visando enganar os consumidores sobre a origem e autenticidade dos produtos.
Condições insalubres

A fiscalização revelou um cenário preocupante: foram encontrados aditivos como corantes, extratos e aromatizantes, utilizados para mascarar a origem e alterar as características sensoriais das bebidas, contrariando a legislação. Além disso, as condições higiênico-sanitárias do galpão eram precárias, com garrafas reutilizadas armazenadas diretamente no chão, em um ambiente contaminado com fezes de pombos.
As irregularidades se estendiam à rotulagem dos produtos, que continham informações enganosas, não correspondendo à real composição das bebidas. Isso representa uma violação grave às normas de comercialização e segurança alimentar.
Apreensões e impacto
A Operação "Pagode Russo" resultou na apreensão de aproximadamente 500 litros de bebidas clandestinas, incluindo vodca e aperitivos falsificados. Também foram confiscados utensílios e equipamentos usados na produção, como compressores, caixas d'água, esteiras, rótulos falsos e mais de 3.500 garrafas vazias. O valor total estimado dos itens apreendidos é de R$ 100 mil.
O Mapa alerta que a falta de controle sobre as matérias-primas, a manipulação em ambientes insalubres e o uso de substâncias não autorizadas representam sérios riscos à saúde pública, podendo causar reações adversas, intoxicações e diversas contaminações. Além disso, a rotulagem enganosa fere o direito do consumidor à informação e configura concorrência desleal com produtores que atuam legalmente, além de ser um crime contra a propriedade intelectual.
O objetivo da Operação Ronda Agro LXXXVIII foi claro: coibir fraudes, proteger a saúde da população e garantir a integridade da cadeia produtiva de bebidas alcoólicas, cumprindo rigorosamente a legislação sanitária e de defesa agropecuária.