Frei Chico, irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foi novamente implicado em um escândalo, desta vez durante a operação “Sem Desconto” da Polícia Federal, realizada nesta quarta-feira (23). O ex-executivo da Odebrecht, Alexandrino Alencar, já havia delatado, em 2017, que Frei Chico recebia pagamentos mensais da empreiteira por mais de uma década, no contexto da operação Lava Jato.
Segundo o depoimento de Alencar, os pagamentos começaram em 2003, quando Lula assumiu a presidência, e eram inicialmente de R$ 9 mil trimestrais. No entanto, Frei Chico solicitou um aumento, e a Odebrecht passou a pagar R$ 5 mil por mês. Alencar afirmou que os repasses foram uma decisão da empresa, mas que o ex-presidente Lula “sempre soube” dos pagamentos, e que esse repasse foi, em grande parte, um pedido de Lula.
Frei Chico, que recebeu o codinome de “Metralha” na delação, teria atuado como intermediário da Odebrecht com sindicatos antes da ascensão de Lula ao Planalto. Após 2003, para evitar problemas de imagem para a empresa, os pagamentos continuaram sem que ele prestasse serviços diretos à empreiteira.
Embora a Lava Jato tenha denunciado Frei Chico e seu irmão, o ex-presidente, a 5ª Turma do Tribunal Regional Federal da 3ª Região rejeitou a acusação em 2020, arquivando o caso. A nova operação da Polícia Federal, que investiga o Sindicato dos Aposentados, onde Frei Chico é vice-presidente, traz à tona o envolvimento do irmão do ex-presidente em mais um caso polêmico relacionado ao setor público e à corrupção.