02 de Maio de 2025, 10h:09 - A | A

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Investigação

Empresário morre após sessão de ozonioterapia; vídeo de despedida à família



A Polícia Civil do Paraná está apurando as circunstâncias da morte do empresário Mauro Fernandes Júnior, de 41 anos, ocorrida na última terça-feira (29), durante uma sessão de ozonioterapia em uma clínica de estética em Paranaguá, no litoral do estado. Segundo o boletim de ocorrência, Mauro sofreu uma parada cardíaca logo no início do procedimento, que visava tratar uma luxação no ombro.

De acordo com relatos, o empresário já havia apresentado desconforto em uma sessão anterior, quando sentiu tontura após o atendimento. Na manhã do dia do falecimento, ele praticou natação, visitou sua esposa e filha em casa e, em seguida, se dirigiu à clínica. Pouco depois do início da aplicação, começou a passar mal.

A profissional responsável pela sessão prestou os primeiros socorros e acionou o Samu. A equipe médica tentou reanimá-lo por aproximadamente 50 minutos, mas Mauro não resistiu. A clínica ainda não teve o nome divulgado oficialmente, e os detalhes sobre a habilitação da profissional para realizar o procedimento também estão sob apuração.

Mauro era conhecido no setor portuário da região e participava de ações sociais, sendo uma figura respeitada no litoral do Paraná. Um vídeo de câmeras de segurança da residência da família, que circulou nas redes sociais, mostra o empresário se despedindo com um abraço emocionado na esposa e na filha antes de sair para o tratamento.

A causa da morte será confirmada por exames periciais. A polícia aguarda laudos médicos e vai ouvir testemunhas para esclarecer se houve erro, negligência ou complicações naturais no procedimento de ozonioterapia — prática que, embora utilizada em clínicas de estética, ainda é considerada controversa e não regulamentada como tratamento médico pela Anvisa.

A ozonioterapia é uma técnica que mistura oxigênio e ozônio e é aplicada em diversas áreas, incluindo estética e medicina alternativa. No entanto, o Conselho Federal de Medicina (CFM) permite seu uso apenas em caráter experimental, dentro de estudos clínicos aprovados, devido à falta de comprovação científica de sua eficácia e segurança. Especialistas alertam para os riscos associados à prática, como perfurações e traumas, especialmente quando realizada sem supervisão médica adequada.

A investigação segue em andamento, e as autoridades buscam esclarecer todos os detalhes do caso para determinar as responsabilidades envolvidas.

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