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13 de Junho de 2025, 07h:47 - A | A

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PF INVESTIGA

Drones que paralisaram voos em Cuiabá podem estar associados a traficantes

Operações no maior aeroporto do país foram suspensas por duas horas; PF investiga ligação entre quadrilha e uso ilegal de drones.



O uso de drones que causou o fechamento temporário do Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, na noite da última quarta-feira (11), pode ter sido orquestrado por traficantes internacionais de drogas. A suspeita é investigada pela Polícia Federal, que apura se os equipamentos foram usados como distração para facilitar a fuga de criminosos que tentavam embarcar com 150 kg de pasta base de cocaína em um voo com destino a Johanesburgo, na África do Sul.

O terminal, considerado o maior e mais movimentado da América do Sul, ficou com as operações suspensas por cerca de duas horas, afetando pelo menos 34 voos. A movimentação atípica causou atrasos, cancelamentos e desvio de aeronaves para aeroportos do interior de São Paulo e de outros estados.

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Segundo a Polícia Militar, três suspeitos invadiram a área restrita do aeroporto com malas contendo a droga. No momento da ação, ao menos um drone foi detectado próximo à rampa de aproximação por um piloto da Gol, que alertou a torre de controle. A GRU Airport, concessionária que administra o terminal, suspendeu de imediato todos os pousos e decolagens, por questão de segurança.

“A equipe do Águia 12 sobrevoou a região com câmera térmica e farol de busca, mas nenhum drone foi encontrado. A Força Aérea Brasileira também foi acionada”, informou o Comando de Aviação da PM. A suspeita é de que os drones tenham sido usados para desviar a atenção da segurança aeroportuária e permitir que os criminosos escapassem por uma área de mata próxima ao local da invasão.

A droga seria despachada em bagagens, possivelmente sem a presença de um acompanhante, estratégia comum em rotas de tráfico internacional. A PF confirmou que as investigações seguem para “apurar as circunstâncias do crime e identificar todos os envolvidos”.

Enquanto isso, centenas de passageiros foram diretamente prejudicados. “Eu iria para Cuiabá às 23h50 e tive o voo cancelado. É a segunda vez em dez dias. Não está fácil”, desabafou o passageiro Jeferson Souza. “Imagina estar em outro aeroporto e receber a notícia de que o atraso é por causa de drone usado por traficante? É revoltante”, reclamou Júlia Victória, que também teve sua viagem impactada.

As companhias aéreas se manifestaram sobre o episódio. A Latam confirmou mais de 20 voos afetados, entre cancelamentos e alternâncias. A Azul relatou que um voo vindo de Cuiabá precisou ser redirecionado a Ribeirão Preto, e outro de Belém foi desviado para Viracopos. Já a Gol destacou que dois voos foram cancelados e dez alternaram sua rota, retomando o pouso em Guarulhos após reabastecimento e normalização.

Tanto as companhias quanto a GRU Airport condenaram o uso indevido de drones, que coloca em risco a aviação civil e a vida de milhares de pessoas. O uso de aeronaves não tripuladas próximo a aeroportos é crime previsto em lei e pode acarretar penalidades severas.

A Polícia Federal ainda não divulgou se já há suspeitos identificados, mas o caso acende o alerta sobre o uso de tecnologia por organizações criminosas e os desafios para a segurança aeroportuária em um cenário de crime cada vez mais sofisticado.

 

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