Condenado a 136 anos de prisão, o assassino da Chacina de Sinop, Edgar Ricardo Oliveira, pediu à Justiça para deixar o isolamento máximo da Penitenciária Central do Estado (PCE), em Cuiabá. Segundo ele, já teria sido “perdoado” pela facção Comando Vermelho e, por isso, se sente seguro para voltar ao convívio com os outros detentos.
O pedido foi analisado na última quinta-feira (29) em audiência conduzida pelo juiz Geraldo Fidelis Neto, da Vara de Execuções Penais da capital. No processo, Edgar afirma que "nunca teve decreto de morte" dentro da prisão, que mantém uma “conduta respeitosa” e que sua dívida é apenas com a Justiça, “não com o crime”.
De acordo com ele, a liderança da facção teria sinalizado que não há mais risco de represálias — o que, na visão do condenado, seria motivo suficiente para que ele retorne à ala comum da unidade.
Justiça mantém cautela
Apesar do apelo, o juiz não bateu o martelo. Antes de qualquer decisão, determinou que a Inteligência Penitenciária e a Direção da PCE façam uma análise detalhada sobre os riscos reais de reintegrar Edgar ao convívio coletivo. As respostas devem ser apresentadas em até três dias.
O massacre que chocou o país
Edgar foi condenado por executar, a sangue frio, sete pessoas dentro de uma casa de sinuca, no dia 21 de fevereiro de 2023, em Sinop (MT. O crime bárbaro ocorreu após o assassino perder cerca de R$ 4 mil em apostas de sinuca.
Na manhã do crime, ele e o comparsa, Ezequias Ribeiro, perderam dinheiro nas partidas. Inconformados, voltaram horas depois armados. Segundo a denúncia, Edgar sacou uma espingarda da caminhonete e, junto com Ezequias, encurralou as vítimas na parede do bar e iniciou a execução.
Foram mortos:
Maciel Bruno de Andrade Costa
Orisberto Pereira Sousa
Elizeu Santos da Silva
Getúlio Rodrigues Frazão Júnior
Josue Ramos Tenorio
Adriano Balbinote
Larissa (adolescente)
Adriano e Larissa ainda tentaram fugir, mas foram perseguidos e assassinados. As cenas, captadas por câmeras de segurança, chocaram o Brasil pela frieza e brutalidade dos executores.
Isolamento e ameaça constante
Desde a prisão, Edgar cumpre pena em regime de segurança máxima, no temido Raio 8, reservado a detentos que estão jurados de morte por facções criminosas ou representam alto risco dentro da unidade.
O temor das autoridades é que, mesmo com a suposta promessa de "perdão", sua saída do isolamento possa resultar em retaliações, tumultos ou até novos crimes dentro do sistema penitenciário.
A decisão final sobre o pedido deve ser tomada após a entrega dos relatórios de segurança.