03 de Junho de 2025, 13h:43 - A | A

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10 MIL VÍTIMAS

Advogado é alvo de operação por fazer empréstimos em nome de aposentados

Advogado e mais 13 pessoas são investigados por estelionato, falsidade ideológica e apropriação indébita.

Da Redação



A Polícia Civil do Rio Grande do Sul realizou uma operação contra uma financeira em Porto Alegre, suspeita de envolvimento em um esquema de fraude liderado pelo advogado Daniel Nardon. A investigação revelou que a financeira estaria captando aposentados e pensionistas para um golpe, prometendo revisar empréstimos e reduzir juros, mas na verdade, contraía novos empréstimos em nome das vítimas, muitas vezes sem o consentimento delas. O advogado Nardon já havia sido preso no Mato Grosso do Sul e teve sua licença profissional suspensa.

O modus operandi da fraude, apelidado de "advocacia predatória" pela polícia, consistia em funcionários da financeira contatarem as vítimas, solicitando documentos sob a falsa premissa de revisão de contratos. Com esses dados, a instituição e o advogado Nardon, que atuava por meio do escritório Pro Consumer, realizavam novos empréstimos em nome das pessoas. As vítimas só percebiam o golpe ao notarem descontos inesperados em seus benefícios, após transferirem parte dos valores recebidos — que acreditavam ser de ações judiciais — para contas indicadas pelos golpistas.

A dimensão do esquema é alarmante: a Polícia Civil estima que mais de 10 mil pessoas podem ter sido lesadas, com um prejuízo que pode chegar a R$ 320 mil. A gravidade da fraude se acentuou com a descoberta de que o advogado Daniel Nardon chegava a movimentar processos judiciais em nome de pessoas já falecidas ou em estado vegetativo, utilizando procurações falsificadas. Essa prática criminosa foi detectada pela própria Justiça, que acionou o Ministério Público.

Nesta terça-feira (03), a Polícia Civil cumpriu sete mandados de busca e apreensão, apreendendo documentos importantes, incluindo listas com dados sensíveis de clientes e materiais que orientavam os funcionários sobre como persuadir as vítimas. Além de Daniel Nardon, outras 13 pessoas são investigadas por crimes como estelionato, falsidade ideológica e apropriação indébita, e há 45 inquéritos abertos relacionados a essa complexa rede de fraudes.

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