A batalha judicial pela transparência nas eleições municipais de Diamantino (MT) continua. O juiz Raul Lara Leite, da Sétima Zona Eleitoral, decidiu manter uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) movida pelo ex-vereador Edmilson Freitas Almeida. O ex-parlamentar, que não obteve a reeleição, acusa a vereadora eleita Monnize da Costa Dias Zangeroli (UB), filha do ex-secretário de Estado da Fazenda, Eder de Moraes Dias, de abuso de poder econômico, compra de votos e gastos eleitorais ilícitos.
A ação aponta que, durante o período eleitoral, Monnize e seu pai teriam praticado condutas ilícitas para garantir sua vitória nas urnas. O ex-vereador pede, entre outras medidas, a suspensão da diplomação da vereadora e sua inelegibilidade, além da aplicação de multa. No entanto, tanto a vereadora quanto seu pai tentaram derrubar a ação com preliminares, alegando falta de interesse de agir, uma vez que, mesmo com a procedência do processo, Edmilson não seria eleito.
O juiz, no entanto, refutou todos os argumentos, destacando que a investigação visa garantir a legitimidade do processo eleitoral, independentemente do impacto direto sobre a eleição do autor. A decisão também esclareceu que o União Brasil, partido ao qual Monnize é filiada, não tem qualquer participação nos fatos relatados, afastando a alegação de litisconsórcio passivo necessário.
Na decisão, o juiz delineou os pontos controvertidos a serem investigados, entre eles: o uso de poder econômico indevido, a prática de captação ilícita de votos, o financiamento irregular da campanha e a possível participação de cada um dos envolvidos nas infrações. Uma audiência para ouvir testemunhas do caso está agendada para o dia 24 de abril de 2025.
A decisão do TRE mantém viva a esperança de que a justiça eleitoral não permita abusos nas campanhas, buscando garantir a legitimidade e a confiança no processo democrático.
