29 de Maio de 2025, 12h:38 - A | A

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NOTA DE ESCLARECIMENTO

TJMT nega buscas em fóruns e reafirma compromisso com a verdade após nova fase da Operação Sisamnes

Tribunal de Justiça de Mato Grosso se manifestou publicamente para esclarecer que nenhuma unidade do Judiciário estadual foi alvo de buscas e apreensões durante a ofensiva.



Diante da repercussão da 8ª fase da Operação Sisamnes, deflagrada pela Polícia Federal nesta quinta-feira (29), o Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) se manifestou publicamente para esclarecer que nenhuma unidade do Judiciário estadual foi alvo de buscas e apreensões durante a ofensiva.

Em nota oficial, o TJMT frisou que não recebeu qualquer notificação formal sobre a operação e que permanece aguardando comunicações oficiais do Supremo Tribunal Federal (STF) e da própria Polícia Federal. O órgão reforçou, ainda, seu "compromisso com a verdade" e se colocou à disposição para colaborar com os desdobramentos da investigação.

“Nenhuma unidade judiciária foi alvo de busca e apreensão. O Poder Judiciário de Mato Grosso mantém seu compromisso com a verdade e continua aberto às autoridades para esclarecimentos”, informou o tribunal.

O foco da operação é o juiz Ivan Lúcio Amarante, da comarca de Vila Rica, que já estava afastado de suas funções desde 2024, por determinação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

A ofensiva, autorizada pelo STF, resultou no cumprimento de três mandados de busca e apreensão em Mato Grosso, além do bloqueio de aproximadamente R$ 30 milhões em bens e da determinação de recolhimento do passaporte do magistrado, proibindo-o de deixar o país.

As investigações apontam um esquema robusto de corrupção e lavagem de dinheiro, no qual decisões judiciais eram supostamente negociadas em troca de propina. O caso ganhou força após a análise do conteúdo do celular do advogado Roberto Zampieri, assassinado em dezembro de 2023, em Cuiabá, e que seria peça-chave no esquema.

Na última terça-feira (27), o CNJ decidiu, de forma unânime, instaurar um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) contra Ivan Amarante, mantendo o seu afastamento. No relatório, o ministro Mauro Campbell Marques apontou indícios de favorecimento judicial, além de uma relação direta de subordinação do magistrado ao advogado Zampieri, que supostamente influenciava suas decisões.

Com os desdobramentos desta fase, o caso avança definitivamente para a esfera penal, com investigação sob a tutela do Supremo Tribunal Federal e execução operacional da Polícia Federal.

A operação leva o nome de “Sisamnes”, inspirado em um juiz persa da Antiguidade que foi exemplarmente punido por corrupção, simbolizando a seriedade e o rigor das apurações.

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