Segunda-feira, 07 de Julho de 2025

- DÓLAR: R$ 5,48

12 de Junho de 2025, 09h:43 - A | A

HOME » Judiciário » TCE-MT detecta falta de medicamentos em unidade básica de saúde de Cuiabá

FISCALIZAÇÃO

TCE-MT detecta falta de medicamentos em unidade básica de saúde de Cuiabá

Auditoria inédita revela escassez de insulina e remédios controlados em meio a esforço por melhorias na atenção básica em MT.



Uma fiscalização inédita do Tribunal de Contas de Mato Grosso (TCE-MT) revelou um problema persistente nas unidades de saúde pública do estado: a falta de medicamentos, inclusive essenciais como insulina. Durante visita à Unidade de Saúde da Família (USF) do bairro CPA III, em Cuiabá, nesta quarta-feira (11), auditores constataram que apenas 40% dos medicamentos estavam disponíveis para a população.

A auditoria integra a maior ação já realizada pelo TCE com foco na atenção básica, envolvendo 72 unidades de saúde em 24 municípios. O objetivo, segundo o conselheiro Guilherme Maluf, presidente da Comissão de Saúde, Previdência e Assistência Social, não é punir os gestores neste primeiro momento, mas oferecer recomendações corretivas e pedagógicas para que os municípios se adequem.

Clique aqui para entrar em nosso grupo do whatsapp 

“O trabalho é educativo. Vamos apresentar os resultados em plenário e orientar os prefeitos. Caso não adotem as providências necessárias, poderão ser penalizados futuramente”, alertou Maluf.

Além da escassez de medicamentos, a auditoria avalia temas como saúde da mulher, combate à hanseníase, vacinação, escalas médicas e a qualidade geral do atendimento. Para o auditor público externo Denisvaldo Ramos, o objetivo vai além da estrutura física. “A meta é medir a efetividade do serviço. Estamos avaliando o que realmente está sendo entregue ao cidadão”, destacou.

A ação é conduzida pela Secretaria Geral de Controle Externo (Segecex), com apoio técnico das Secretarias de Controle Externo (Secex) e segue até o dia 18 de junho. Os dados coletados serão sistematizados em blocos temáticos para traçar um retrato detalhado da saúde básica no estado.

Na USF do CPA III, a enfermeira Diana Mota explicou que, além da escassez de medicamentos, o atendimento de moradores de bairros vizinhos sobrecarrega a farmácia da unidade. “A demanda é alta e, com isso, o estoque não dá conta. Estamos tentando ajustar isso com um levantamento populacional mais preciso”, disse.

Inspirado em modelos de tribunais como o de São Paulo, o projeto foi adaptado à realidade mato-grossense. Ao final, espera-se que os municípios façam os ajustes necessários para garantir medicamentos disponíveis, atendimento digno e mais eficiência na ponta do SUS onde a saúde pública realmente começa.

Comente esta notícia