A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) deve julgar na próxima semana o pedido de prisão domiciliar feito pela defesa de Andreson Oliveira Gonçalves, lobista mato-grossense investigado como peça-chave em um suposto esquema de venda de sentenças envolvendo tribunais estaduais e o Superior Tribunal de Justiça (STJ).
O relator do caso, ministro Cristiano Zanin, incluiu o processo na pauta da sessão virtual que ocorrerá de 2 a 12 de maio. Andreson está preso desde novembro de 2023, após ser alvo da Operação Sisamnes, que também resultou no afastamento e monitoramento com tornozeleiras eletrônicas dos desembargadores João Ferreira Filho e Sebastião de Moraes Filho, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT).
A defesa argumenta que o lobista enfrenta sérios problemas de saúde, agravados pela falta de acompanhamento adequado na prisão. Andreson, que passou por cirurgia bariátrica em 2020, estaria em risco por não receber alimentação compatível com suas necessidades nutricionais. Já perdeu mais de 20 quilos e apresenta quadro de ansiedade e depressão, com relatos de pensamentos suicidas.
O ministro Zanin já autorizou, no último dia 15 de abril, uma avaliação médica de urgência para resguardar a integridade física do réu. O STF determinou que a unidade prisional federal de Brasília, onde Andreson está custodiado, informe oficialmente as condições e os cuidados de saúde ofertados.
Nos autos, Andreson é citado como operador de influência em Brasília, atuando ao lado do advogado Roberto Zampieri — assassinado em dezembro de 2023 em Cuiabá — na negociação de decisões judiciais favoráveis. Cabia a Zampieri captar clientes, enquanto Andreson utilizava sua rede de contatos para facilitar as sentenças.