26 de Maio de 2025, 15h:13 - A | A

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"discrepâncias significativas"

Polícia Federal vê movimentação financeira suspeita de assessores de ministros do STJ



Uma análise realizada pela Polícia Federal identificou "discrepâncias significativas" nas movimentações financeiras de auxiliares que trabalhavam com ministros do STJ (Superior Tribunal de Justiça) e são investigados sob suspeita de vendas de decisões judiciais e vazamentos de informações sigilosas. Documentos sigilosos obtidos pela Folha revelaram que a PF apontou suspeitas em relação a três ex-assessores, destacando diferenças entre as informações apresentadas à Receita e as movimentações bancárias. Entre os investigados estão Daimler Alberto de Campos, Rodrigo Falcão de Oliveira Andrade e Márcio José Toledo Pinto.

Diante das suspeitas levantadas, os advogados de Daimler negaram qualquer irregularidade nas finanças, enquanto a defesa de Márcio Toledo optou por se manifestar nos autos e a de Rodrigo Falcão não emitiu comentários. Os inquéritos sobre supostas vendas de decisões judiciais estão sob supervisão do ministro Cristiano Zanin, do STF, e investigam a ligação dos assessores com o lobista Andreson de Oliveira Gonçalves, suspeito de intermediar as negociações. Vale ressaltar que os ministros em questão não são alvo das investigações.

No decorrer da análise, foram identificadas diversas situações que levantam suspeitas sobre as movimentações financeiras e o patrimônio dos investigados. A Polícia Federal destacou que as discrepâncias encontradas sugerem possíveis omissões de receitas e transações não reportadas nas declarações fiscais. Além disso, foram apontados indícios de vínculos de profunda confiança entre o ex-assessor Rodrigo Falcão e o ministro Og Fernandes, levando a suposições sobre possíveis vazamentos de informações privilegiadas.

Diante dos desdobramentos, as ministras Isabel Gallotti e Nancy Andrighi optaram por não se pronunciar sobre o caso, enquanto Og Fernandes não respondeu às solicitações. A análise da PF abrangeu dados referentes ao período de 2019 a 2023, apontando para possíveis irregularidades nas declarações fiscais e movimentações financeiras dos investigados.

Em suma, as investigações continuam em andamento e cabe às autoridades competentes conduzirem as apurações e esclarecerem as suspeitas levantadas. A defesa dos envolvidos tem se manifestado de acordo com os trâmites legais, resguardando o direito à ampla defesa e ao contraditório.

Fonte: Folha de S.P.

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