Uma investigação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) levou ao afastamento do soldado da Polícia Militar, Junio Alves Ferreira, apontado como líder da milícia "Os Cabriteiros", envolvida em crimes como grilagem de terras, garimpo ilegal, tráfico de armas, lavagem de dinheiro e até assassinato por envenenamento. Apesar de receber salário de cerca de R$ 4 mil, o policial movimentou quase R$ 2 milhões, em esquema articulado que, segundo o Ministério Público, tinha ligação direta com o Primeiro Comando da Capital (PCC).
O grupo foi denunciado por operar desde março de 2023 na Fazenda Nossa Senhora Aparecida, em Água Boa (MT), usando táticas típicas de milícias para expandir controle territorial. Junio, conhecido como "Dudu", usava sua função pública para garantir proteção às ações criminosas, além de comandar uma estrutura com tarefas divididas entre financiadores, operadores logísticos, intermediários e executores violentos.
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Interceptações telefônicas revelaram negociações de armas de grosso calibre como espingardas calibre 12 e carabinas — além de comércio clandestino de ouro e atividades de agiotagem. O juiz Jean Garcia de Freitas Bezerra, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, aceitou a denúncia e determinou o afastamento imediato de Junio da PM e a suspensão de seu porte de arma.
A lavagem de dinheiro era feita por meio de empresas de fachada e contas de terceiros, incluindo familiares dos envolvidos. Só entre 2022 e 2025, o esquema lavou mais de R$ 1,3 milhão. Agora, todos os envolvidos se tornaram réus em um dos maiores esquemas criminosos identificados no interior de Mato Grosso revelando o profundo envolvimento de agentes públicos no submundo do crime.