24 de Abril de 2025, 16h:37 - A | A

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crime brutal

Pai e filho seguem presos por assassinato de adolescente e são levados ao Raio 8 da PCE



Justiça decidiu por manter a detenção preventiva de Benedito Anunciação de Santana e seu filho, Gustavo Santana, ambos acusados do assassinato da jovem Heloysa Maria de Alencastro Souza, de 16 anos, na última terça-feira (22), em Cuiabá.

Com a defesa de Rodrigo Pouso e Rodrigo Rabelo Neri, os réus participaram de uma audiência de custódia na tarde de quinta-feira (24) na 2ª Vara Criminal da cidade.

As prisões foram mantidas e eles foram enviados à Penitenciária Central do Estado (PCE), onde permanecerão em celas distintas no Raio 8.

Benedito é apontado como o responsável pela ordem do assassinato de Heloysa, que era sua enteada. Ele, que já trabalhou na Secretaria de Inovação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso (Seciteci), declarou em seu depoimento à Polícia Civil que a intenção não era tirar a vida da jovem, mas apenas causar um "susto" nela e em sua mãe, Suellen Alencastro.

Durante a audiência, Benedito reiterou que foi a mãe quem pediu a morte de Heloysa por não aceitar a orientação sexual da filha, afirmando ter evidências que sustentam sua alegação. Entretanto, essa questão será esclarecida conforme o curso do processo.

A advogada Renata Cristaldo da Silva Alencastro, que representa a família, classificou as afirmações de Benedito como inaceitáveis e como uma tentativa desesperada de formular uma defesa que minimize sua culpa. "Não aceitaremos isso", ressaltou.

"É inaceitável que, depois de ter tirado de forma brutal e covarde a vida de uma jovem inocente, o réu busque ainda desonrar a memória de Heloysa e sua mãe com acusações sem fundamento e evidentemente caluniosas.

Busca-se criar uma narrativa distorcida para reduzir a sua culpa, algo que será aguentado", declarou Renata.

Ela também recordou que a família está consumida pela dor da perda e está indignada com o desrespeito à honra da mãe da vítima.

"A família está devastada pela dor da perda e outrora indignada com a tentativa de desmerecer a honra de sua mãe. Acreditamos que a Justiça prevalecerá e que os culpados serão punidos com a severidade necessária.

Defenderemos a memória de Heloysa e a dignidade de sua família com determinação, utilizando todos os mecanismos legais e o apoio jurídico indispensável. Pedimos respeito à dor da família", concluiu a advogada.

Entenda o caso

Heloysa desapareceu na tarde de terça-feira (22), após um alegado assalto em sua residência. Imagens de câmeras de segurança mostram o momento em que ela foi levada por criminosos dentro do carro da família. Horas depois, o corpo da adolescente foi encontrado dentro de um poço, em uma região de vegetação.

O padrasto da vítima, Benedito Anunciação Santana, de 42 anos, que anteriormente trabalhava na Seciteci, é considerado o responsável pelo crime.

Ele foi detido na terça-feira (22), após levar sua esposa e mãe da adolescente, Suellen de Alencastro Arruda, para a Unidade de Pronto Atendimento no bairro Jardim Leblon.

A mulher sofreu agressões durante o alegado assalto e foi ajudada por moradores da área. De acordo com informações coletadas pela equipe de reportagem, o filho de Benedito, Gustavo Benedito Junior Lara Santana, admitiu que o ex-servidor assassinou Heloysa por ciúmes em relação à mãe da jovem, após uma briga provocada por mensagens trocadas com o ex-marido. O casal estava junto há aproximadamente seis meses.

Além de Benedito e seu filho, duas adolescentes, uma de 16 e outra de 17 anos, também foram apreendidas, totalizando quatro pessoas implicadas. Todos estão sob Custódia da autoridade policial.

Fontes informaram à equipe de reportagem que, no momento da alegada tentativa de roubo, a intenção original dos suspeitos era eliminar mãe e filha.

O examen preliminar indicou asfixia mecânica por estrangulamento. No entanto, o documento oficial deve ser finalizado em até 30 dias, com possibilidade de prorrogação por mais 30.

O caso está sendo investigado como feminicídio, com evidências claras de premeditação e tentativa de esconder o corpo.

O ex-servidor, seu filho e os dois adolescentes continuam detidos preventivamente. A Polícia Civil segue investigando os pormenores do caso.

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