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14 de Junho de 2025, 08h:51 - A | A

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INQUÉRITO CIVIL

MPF investiga omissão na prestação de serviços de saúde a indígenas Xavante em MT

Ministério Público Federal investiga falta de transporte, profissionais e medicamentos que afetam comunidades indígenas Xavante em Mato Grosso.

Da Redação



O Ministério Público Federal (MPF) abriu uma investigação para apurar possíveis falhas na prestação de serviços de saúde para os indígenas da Terra Indígena Marãiwatsédé, que abrange os municípios de Alto Boa Vista, Bom Jesus do Araguaia e São Félix do Araguaia, em Mato Grosso. A medida foi tomada após reiteradas denúncias de mortes que poderiam ter sido evitadas, atribuídas à falta de estrutura adequada por parte da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) e do Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei Xavante).

A decisão de investigar surgiu de uma reunião online realizada em 27 de maio, que contou com a presença de lideranças indígenas Xavante, representantes do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) e membros do MPF. Líderes como o cacique Damião Paridzané e a cacica Carolina Rewaptu relataram a escassez de transporte sanitário, profissionais de saúde e medicamentos na região. Eles também mencionaram a morte de crianças e jovens, com o cacique Damião Paridzané expressando a gravidade da situação: “Estamos morrendo e esquecidos”.

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Para o MPF, os relatos indicam uma grave vulnerabilidade na estrutura e na atuação das instituições responsáveis pela saúde indígena. Diante disso, a investigação busca aprofundar a apuração sobre como o poder público tem prestado os serviços de saúde na Terra Indígena Marãiwatsédé. Como primeiras ações, o MPF solicitou informações detalhadas às secretarias de saúde dos municípios envolvidos e ao Dsei Xavante.

Entre as informações requisitadas estão o número de profissionais disponíveis, a quantidade de veículos para transporte de pacientes, o cumprimento dos cronogramas de visitas médicas e a existência de treinamentos específicos para um atendimento e comunicação que respeitem a cultura indígena. O objetivo é entender a dimensão do problema e identificar as lacunas no atendimento.

É importante ressaltar que a situação precária da TI Marãiwatsédé já havia sido denunciada por organizações da sociedade civil, como o Cimi, que recentemente divulgou uma nota cobrando providências urgentes do poder público.

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