26 de Abril de 2025, 12h:29 - A | A

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COMPLICAÇÕES

Médico é condenado a prestar serviços comunitários após morte de bancária em procedimento de silicone



Após mais de uma década de investigações e desdobramentos legais, o médico Sérgio Ricardo Evangelista foi condenado por homicídio culposo pela morte da bancária Viviany Souza Romeiro Lauterer, de 26 anos. A jovem faleceu em fevereiro de 2014, no Hospital Regional de Sorriso, após complicações decorrentes de um procedimento de implante de silicone. A sentença foi proferida pelo juiz Arthur Moreira Pedreira de Albuquerque e determinou que Evangelista prestasse serviços comunitários, além de pagar uma indenização à família da vítima.

Viviany sofreu graves dificuldades respiratórias um dia após a cirurgia e não resistiu. A acusação apontou que o médico agiu com negligência, pois não seguiu os protocolos médicos ao não identificar os sinais claros de complicações respiratórias da paciente. O Ministério Público de Mato Grosso (MPE) acusou Evangelista de homicídio culposo e omissão de socorro, alegando que ele não tomou as medidas necessárias para salvar a vida de Viviany, como investigar sintomas como cianose e taquicardia, que poderiam indicar um pneumotórax — uma complicação grave.

Em sua defesa, o médico argumentou que seguiu os procedimentos adequados e que a morte de Viviany teria sido um evento isolado, sem relação com sua conduta profissional. Ele também foi absolvido em uma ação anterior no Conselho Regional de Medicina, mas esse argumento foi rejeitado pela Justiça.

O juiz destacou que Evangelista falhou ao não realizar uma investigação diagnóstica adequada e ao não adotar as intervenções necessárias diante dos sinais claros de comprometimento respiratório da paciente. “Ele violou regras técnicas essenciais da profissão médica, o que causou a morte de Viviany”, afirmou o juiz no processo.

Além de prestar serviços comunitários, Evangelista foi condenado a pagar 20 salários-mínimos à família de Viviany e uma indenização por danos morais no valor mínimo de R$ 100 mil. Embora a decisão ainda caiba recurso, enquanto o processo não for revisado, o médico terá que cumprir as medidas estabelecidas pela Justiça.

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