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10 de Junho de 2025, 08h:10 - A | A

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ESCÂNDALO POLÍTICO

Mauro Cid implica Braga Netto: Agronegócio teria financiado acampamentos golpistas

Em depoimento bombástico ao STF, ex-ajudante de Bolsonaro detalha como dinheiro do setor rural teria chegado às mãos do general para bancar manifestações pró-golpe.



As investigações sobre a tentativa de golpe de Estado entre o final de 2022 e o início de 2023 ganharam um novo capítulo explosivo nesta segunda-feira (9), no Supremo Tribunal Federal (STF). Em depoimento, o tenente-coronel Mauro César Barbosa Cid, ex-ajudante de Jair Bolsonaro (PL), afirmou que o agronegócio brasileiro seria o responsável por financiar os manifestantes que acampavam em frente aos quartéis em Brasília. Mais grave, Cid implicou o general Braga Netto, indicando que ele teria sido o intermediário entre o setor rural e o ex-presidente.

"Provavelmente, até pelas manifestações, era o pessoal do agronegócio que ajudava a manter as manifestações na frente dos quartéis, foi a minha ideia principal naquele momento", explicou Mauro Cid durante a sessão do julgamento.

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O tenente-coronel detalhou como a necessidade de recursos foi levantada. Segundo ele, um major (De Oliveira) "disse que estava precisando de dinheiro, que precisava de recurso para alguma coisa". Cid, inicialmente, pensou em R$ 100 mil para trazer pessoas do Rio de Janeiro. Ao procurar Braga Netto, foi orientado a buscar o pessoal do Partido Liberal (PL). "Na minha cabeça, eram manifestações apoiadas pelo Exército na frente dos quarteis", complementou Mauro Cid.

A tentativa de obter fundos via PL não foi bem-sucedida, com o coronel tesoureiro do partido informando que não seria possível arcar com os custos de transporte e manutenção dos manifestantes. Foi então que, ao retransmitir essa informação a Braga Netto, o general teria providenciado uma quantia em dinheiro. Cid descreveu que o valor "com certeza não eram os R$ 100 mil, até porque o volume não era tanto", e que o dinheiro veio em um invólucro de vinho, lacrado. Esse montante teria sido repassado por Braga Netto ao major De Oliveira no Palácio do Alvorada.

As revelações de Mauro Cid lançam uma nova e grave luz sobre o financiamento dos atos antidemocráticos, conectando figuras de alto escalão do governo anterior e setores econômicos estratégicos ao movimento golpista. As investigações continuam para apurar todas as responsabilidades.

 

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