A Justiça determinou o recolhimento dos passaportes e proibiu a saída do país dos vereadores Sargento Joelson (PSB) e Chico 2000 (PL), alvos da Operação Perfídia, deflagrada nesta terça-feira (29) pela Polícia Civil de Mato Grosso. A ordem partiu da juíza Edna Ederli Coutinho, do Núcleo de Inquéritos Policiais (Nipo), que coordena as ações do processo.
Além dos parlamentares, a medida também atinge José Márcio da Silva Cunha, apontado como intermediador de propina entre a empreiteira H.C.E e os vereadores. Segundo as investigações, ele teria recebido R$ 150 mil via Pix, além de repassar parte da quantia em espécie diretamente ao vereador Joelson.
A ofensiva da Polícia Civil também atingiu outros envolvidos com a construtora, como o engenheiro Glaudecir Duarte Preza e o funcionário Jean Martins e Silva Nunes, que foram alvos de mandados de busca e apreensão. A suspeita é de que a H.C.E tenha pago propina para garantir apoio à aprovação de projetos na Câmara Municipal de Cuiabá.
Entre as medidas judiciais estão 27 ordens de busca, quebra de sigilos telefônicos e eletrônicos, e o sequestro de bens, imóveis e valores dos investigados. O vereador Chico 2000, além de ter sido afastado do cargo, está proibido de entrar no prédio do Legislativo e de manter qualquer tipo de contato com os demais suspeitos.
A Operação Perfídia investiga um esquema de corrupção envolvendo o pagamento de R$ 250 mil em propina, supostamente para facilitar a aprovação de um projeto que permitia à Prefeitura parcelar dívidas com a empreiteira. O caso segue em desdobramento e pode atingir outros parlamentares da antiga legislatura.