Um pedido de recuperação judicial evitou que o Grupo Gregório, tradicional nos setores de pecuária e transporte em Mato Grosso, perdesse a fazenda Boa Esperança para o banco credor. A decisão, assinada pela juíza Giovana Pasqual de Mello, da 4ª Vara Cível de Sinop, foi publicada na última terça-feira (22) e também garantiu proteção contra execuções de outros bens por um período de 180 dias.
Com uma dívida acumulada de R$ 180,2 milhões, o grupo conseguiu na Justiça o direito de manter a posse da fazenda localizada em Lucas do Rio Verde, alegando que a propriedade é essencial para tentar se reerguer financeiramente.
A fazenda, que tem duas matrículas em cartório, foi dada como garantia em uma alienação fiduciária à Sicredi Ouro Verde MT, instituição que cobra R$ 15,9 milhões do grupo. No entanto, a juíza entendeu que tirar a posse do imóvel agora colocaria em risco todo o processo de recuperação. “A perda comprometeria o equilíbrio econômico da empresa e inviabilizaria seus esforços de retomada”, justificou.
Além da fazenda, outros bens como caminhões, carretas, tratores e veículos utilizados nas operações da empresa também estão temporariamente protegidos contra cobranças.
O Grupo Gregório afirma que a grave crise foi impulsionada por calotes de parceiros comerciais, além da disparada nos custos operacionais e retração da demanda. “Antes de recorrer à Justiça, tentamos renegociar nossas dívidas e reorganizar a empresa, mas sem sucesso”, declarou em petição.
Agora, a empresa tem 60 dias para apresentar um plano de recuperação viável à Justiça.
A decisão judicial ainda cabe recurso por parte da cooperativa Sicredi, que tenta reaver o crédito por vias judiciais.