Da Redação
A Justiça estadual deu um passo decisivo no caso do feminicídio da empresária Elaine Stelatto Marques, ao determinar que o réu Cleber Figueiredo Lagreca seja julgado pelo Tribunal do Júri. A decisão, da 1ª Vara de Chapada dos Guimarães, foi publicada nesta quinta-feira (12). Familiares e amigos da vítima consideram a medida uma vitória importante na luta contra a violência de gênero e reforçaram, em nota à imprensa, a confiança na seriedade do Judiciário.
A família de Elaine destacou que a decisão representa um “passo firme” no combate à violência contra a mulher. Eles criticaram as tentativas da defesa de retirar do processo as acusações de estupro, feminicídio e fraude processual, e afirmaram que os laudos e provas do caso comprovam a brutalidade do crime. Segundo a nota, Elaine lutou para sobreviver, mas não conseguiu se defender da violência sofrida, como demonstram os ferimentos registrados pela perícia.
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Com a decisão de pronúncia, Cleber será julgado por homicídio qualificado e fraude processual. Entre as qualificadoras do homicídio estão asfixia, dissimulação ou outro recurso que dificultou a defesa da vítima, feminicídio e violência doméstica. A Justiça considerou os indícios suficientes para levar o caso a julgamento, seguindo o princípio do in dubio pro societate, que determina que, em caso de dúvida, a decisão final deve ser levada ao júri popular.
A investigação reuniu provas materiais, como laudos periciais e depoimentos, que afastaram a hipótese de acidente e apontaram para um crime. Apesar de negar a autoria, Cleber permanecerá preso preventivamente, já que a Justiça entendeu que os motivos que levaram à sua prisão continuam válidos — como a necessidade de garantir a ordem pública, evitar interferências no processo e assegurar a aplicação da lei penal.
A defesa do réu havia pedido a revogação da prisão ou a conversão para prisão domiciliar, alegando que Cleber está com a saúde comprometida e cuida de um irmão com deficiência. No entanto, o pedido foi negado. Para a Justiça, os argumentos humanitários não superam a gravidade do crime e os riscos envolvidos na sua eventual soltura.
Nota
A família e amigos da empresária Elaine Stelatto reiteram sua conança na Justiça. A decisão que pronunciou Cleber Lagreca a julgamento pelo Tribunal do Júri representa um passo rme no enfrentamento à violência contra a mulher e demonstra a seriedade do Poder Judiciário diante de casos tão graves.
Em relação às tentativas infundadas da defesa do réu de excluir os crimes de estupro, feminicídio e fraude processual, ressaltam que os elementos reunidos no processo são contundentes: Elaine lutou, mas não conseguiu se defender de tanta violência, como indicam os laudos periciais e as lesões identicadas em seu corpo.
Elaine foi vítima de feminicídio — um crime que representa uma das formas mais cruéis de violência contra a mulher. Sua morte não foi um caso isolado, mas parte de uma realidade que ainda silencia e apaga muitas vozes. Embora a decisão de pronúncia represente uma importante conquista, seguimos mobilizados e esperançosos por Justiça. Por Elaine, e por todas as mulheres que não podem mais falar.