Da Redação
A Justiça de Mato Grosso condenou o ex-deputado estadual Humberto Melo Bosaipo e o ex-servidor Nilson Alves a devolver parte dos R$ 184 mil desviados da Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso (ALMT) entre 2001 e 2003. A decisão, proferida pela Vara Especializada em Ações Coletivas de Cuiabá no dia 2 de junho, também envolveu o ex-presidente da Casa de Leis, José Riva, que se livrou da condenação por ter feito um acordo de delação premiada.
A ação foi movida pelo Ministério Público (MPE) para recuperar o dinheiro público desviado por meio de pagamentos fraudulentos a empresas irregulares. O foco da investigação foram 12 cheques, totalizando R$ 184 mil, emitidos para a empresa Sociedade Colíder de Televisão Ltda., conhecida como TV Novo Matogrosso. A Justiça comprovou que essa empresa era, na verdade, uma "fachada" ou "fantasma", sem atividades reais, e foi criada para desviar dinheiro público. Os supostos donos da empresa, Nilson Alves e Cristiano Guerino Volpato, eram servidores da ALMT e tinham ligação direta com José Riva.
O esquema era supostamente comandado por José Riva e Humberto Bosaipo, que usavam a empresa de fachada para simular a compra de bens ou serviços. O dinheiro desviado, segundo a investigação, era muitas vezes usado para despesas pessoais ou campanhas eleitorais. A Justiça considerou que Bosaipo agiu de forma intencional e consciente ao autorizar pagamentos a uma empresa irregular, tendo um papel central na criação da fraude. Nilson Alves, por sua vez, foi considerado essencial para o esquema, pois cedeu seus dados para a criação da empresa, dando uma falsa legalidade aos pagamentos.
Com base nas provas, a Justiça determinou que Humberto Bosaipo e Nilson Alves são responsáveis solidariamente pela quantia de R$ 118 mil. José Riva e Cristiano Guerino Volpato, por terem feito acordos de colaboração premiada e de não persecução cível, respectivamente, foram excluídos da condenação nesse processo, mas assumiram outras obrigações de ressarcimento em seus acordos.