30 de Abril de 2025, 10h:26 - A | A

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R$ 250 mil em propina

Justiça bloqueia bens de vereadores acusados de corrupção em obra milionária em Cuiabá



A Justiça de Mato Grosso determinou o bloqueio de bens dos vereadores Chico 2000 (PL) e Sargento Joelson (PSB), investigados por suposto envolvimento em um esquema de corrupção relacionado às obras da Avenida Contorno Leste, em Cuiabá. A decisão, assinada pela juíza Edna Ederli Coutinho, do Núcleo de Inquéritos Policiais (Nipo), atinge imóveis, carros e até motocicletas dos parlamentares e de um terceiro investigado, José Márcio da Silva Cunha, apontado como operador do esquema.

Segundo as investigações da Operação Perfídia, deflagrada nesta terça-feira (29), os vereadores teriam recebido ao menos R$ 250 mil em propina da empresa HB 20 Construções EIRELI, contratada para executar obras de drenagem e pavimentação. A denúncia que deu origem ao inquérito foi apresentada pelo então deputado federal e atual prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL).

Conforme os autos, parte do dinheiro – R$ 150 mil – foi transferida via Pix para uma conta ligada a José Márcio, que teria repassado o valor aos parlamentares. O restante teria sido entregue em espécie, dentro da própria Câmara Municipal, ao vereador Joelson. A suspeita é de que a propina tinha como objetivo facilitar a aprovação de uma certidão de parcelamento fiscal que permitiria à Prefeitura liberar pagamentos atrasados à construtora.

Bloqueio de bens atinge imóveis e veículos de alto valor

No caso de Chico 2000, foram sequestradas duas residências e um Chevrolet Tracker avaliado em R$ 130 mil. Já Sargento Joelson teve uma casa e cinco veículos bloqueados, entre eles uma caminhonete S10 estimada em R$ 140 mil. José Márcio, apontado como intermediador das transações, teve sequestrados um imóvel e cinco automóveis, incluindo modelos populares como HB20, Ford Ka e Parati.

Além do bloqueio de bens, a magistrada autorizou a deflagração da operação policial e o afastamento dos vereadores de suas funções, além da retenção dos passaportes dos envolvidos. A decisão se baseou em indícios robustos de um possível esquema de "contraprestação ilícita" envolvendo o uso da máquina pública em benefício de interesses privados.

As investigações continuam, e os envolvidos poderão responder por crimes como corrupção passiva, lavagem de dinheiro e associação criminosa. A Operação Perfídia acende mais um alerta sobre a corrupção no setor público e o uso de mandatos parlamentares para a obtenção de vantagens indevidas.

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